Um dos mais famosos clubes de Jazz do planeta, o nova-iorquino Blue Note, vai ganhar no próximo mês de agosto, a sua primeira filial na América do Sul, mais precisamente na cidade do Rio de Janeiro.
E não vai parar por aí. Em 2018, está prevista a inauguração da filial em São Paulo e em 2019, a inauguração na região Nordeste, mais precisamente na cidade de Recife. Obras do empresário Luiz Calainho, que tem diversos investimentos na área da arte, cultura e entretenimento, principalmente na cidade de Rio de Janeiro e que possui exclusividade da marca para o Brasil.
Notícia maravilhosa para se comemorar muito, principalmente quando vivemos na atualidade um cenário nebuloso e sem perspectivas para a cena cultural brasileira.
Teremos em solo brasileiro todo o charme de um dos “jazz clubs” mais respeitados do planeta, que tem hoje filiais na Califórnia, Havaí, Milão, Pequim, Tóquio e Nagoya.
O Blue Note nasceu em Nova Iorque no ano de 1981 pelas mãos de Danny Bensusan, logo se tornando patrimônio cultural da cidade, principalmente pelos seus shows de jazz de alta qualidade.
No palco da matriz se apresentaram os grandes nomes: Tony Bennett, B.B.King, Ray Charles, George Benson, Chick Corea, Stanley Jordan, Quincy Jones, Michael Bublé, entre tantos outros artistas importantes.
A sua filial carioca está localizada no Complexo Lagoon, na zona sul, com uma bela vista da Lagoa Rodrigo de Freitas, do Morro dos Dois Irmãos, da belíssima Pedra da Gávea e do mítico Cristo Redentor. Inspiração pura para os músicos e frequentadores.
A casa terá 790 m2, capacidade para 350 pessoas, agenda de shows programados de quarta a domingo, dois bares, uma cozinha e sistema de luz e som de última geração.
A proposta é apresentar dois destaques nacionais e internacionais por mês, além de três bandas residentes nos formatos de duo, trio e quarteto. A curadoria será compartilhada pelo próprio empresário Luiz Calainho e pela produtora cultural Lu Araújo.
Já estão confirmadas as apresentações de Jacques Morelenbaum, Maceo Parker, Sergio Mendes, Chris Botti, Chick Corea & Steve Gadd Band, Spyro Gyra, entre outros nomes de destaque.
Maiores informações podem ser conferidas no portal da casa – www.bluenoterio.com.br
Seja muito bem vindo Blue Note Rio! O Jazz e a boa música agradecem!
Edu Lobo, Romero Lubambo e Mauro Senise – “Dos Navegantes”
O cantor e compositor Edu Lobo se reuniu com o violonista Romero Lubambo e o saxofonista e flautista Mauro Senise para lançar em 2017 pelo selo Biscoito Fino, este belíssimo CD.
Músicos muito experientes e unidos por vários anos de convivência musical e de uma afinada amizade, quase por acaso, tiveram a ideia de se reunir em estúdio para gravar este CD.
O CD foi concebido no dia do aniversário de Romero Lubambo em 2016 numa conversa informal no jantar de confraternização, que ocorreu após um dia de intensas gravações em estúdio para um outro projeto.
Sabiamente resolveram gravar num formato intimista de voz, violão, sopros, contrabaixo, percussão e piano.
De uma lista inicial de 32 joias de Edu Lobo, tiveram que escolher apenas 11 músicas, que foram gravadas com muita intensidade e cumplicidade em apenas 7 dias.
O resultado deste formato simples e envolvente funcionou muito bem e trouxe uma sonoridade mágica para todas as faixas do disco.
Contou com as participações especiais de Cristóvão Bastos no piano, Bruno Aguilar no contrabaixo e Mingo Araújo na percussão.
Meus destaques ficam por conta de “Toada”, “Valsa Brasileira”, “Na Ilha de Lia, no Barco de Rosa”, “Valsa de Clowns”, “Cidade Nova”, “Considerando”, “O Circo Místico”, “Noturna” e a faixa título “Dos Navegantes”.
Como é bonito ouvir a voz marcante e potente de Edu Lobo incorporada a força instrumental de Romero Lubambo e Mauro Senise. Mescla perfeita de talentos.
Experimente navegar sem receios pelos mares sugeridos por este trio genial. Música e emoção reunidas de uma forma muito especial
Luiz Eça por Diogo Monzo”
Um CD muito especial foi lançado também este ano pelo selo carioca Fina Flor, celebrando os 80 anos de nascimento e 25 anos de ausência do genial pianista, compositor e arranjador Luiz Eça, criador do lendário grupo Tamba Trio.
O jovem, talentoso e surpreendente pianista e compositor carioca radicado em Brasília Diogo Monzo, foi o autor desta ousada façanha de gravar as principais composições de Luiz Eça.
Fez isso com absoluta competência e personalidade, mostrando que a música tem o raro poder de se reinventar e de se renovar.
A ideia do CD nasceu naturalmente em 2016, fruto de seu cuidadoso trabalho de pesquisa realizado para sua tese de mestrado na Universidade de Brasília (UnB) com o título “Improvisação Musical e Um Improvisador: A Música Sem Fronteiras de Luiz Eça”.
Gravar logo depois este CD foi uma consequência natural do seu trabalho acadêmico e ele pode contar com as participações de Bruno Rejan e Sidiel Vieira no contrabaixo, Di Steffano na bateria e os convidado especiais: Leila Pinheiro, Andre Mehmari e Lulinha Alencar.
Outro ponto de destaque do CD é a bela foto da capa do CD, feita pelo querido amigo e fotógrafo Paulo Camarão, um dos mais talentosos fotógrafos que já conheci e que tem imagens incríveis da cidade maravilhosa. E foi por causa dele que conheci e cheguei até Diogo Monzo.
O escritor e jornalista Ruy Castro de forma muito feliz definiu: “Não acredito em bruxas, horóscopos ou reencarnações, mas, ao ouvir este CD, sinto que, em Diogo, vibram as mãos, o toque, o gênio de Luiz Eça”.
Destaco os temas “Alegria de Viver”, “The Dolphin”, duas versões da linda “Imagem”, uma cantada pela voz incrível de Leila Pinheiro e outra instrumental, “Reflexos” e “Melancolia”, todas de autoria de Luiz Eça e uma composição autoral “Eçaniando”.
Diogo Monzo é um dos pianistas da nova geração mais completos que ouvi recentemente.
Portanto, muito mais de que uma surpresa bastante agradável, o pianista já nos mostra que é um grande artista, trazendo na sua forma de tocar uma grande bagagem técnica e um raro talento.
Parabéns Diogo Monzo pela sensível e merecida reverência ao mestre Luiz Eça, um dos grandes nomes da nossa música.