Política

Bombeiros impedem ônibus na segunda pista da Imigrantes

27/03/2025 Josi Castro

Concessionária Ecovias garante que tomou todas as providências para evitar que interdição na Anchieta demorasse mais

“Ônibus não podem descer pela segunda pista da Imigrantes porque o Corpo de Bombeiros não libera”. A afirmação foi feita pelo diretor-geral de concessões da EcoRodovias, Rui Klein, durante audiência pública realizada ontem, na Assembleia Legislativa.

Convocada pela Frente Parlamentar em Defesa da Baixada Santista, Vale do Ribeira e Litoral Norte, a reunião contou com a presença de representantes da Ecovias, para dar explicações sobre as medidas tomadas pela empresa, que explora o sistema Anchieta-Imigrantes, depois que uma carreta colidiu com a passarela, no dia 13, e deixou a Via Anchieta bloqueada, nos dois sentidos, por cerca de 12 horas.

Klein afirmou também que as medidas tomadas pela Ecovias evitaram que a interrupção do tráfego na Via Anchieta durasse mais tempo.

Também presente, o gerente de operações da Ecovias, Marcelo Belão, disse que a reação da empresa obedeceu a um dos protocolos de segurança mais modernos do país. “O Anchieta-Imigrantes é um sistema complexo de rodovias e o local do incidente era um ponto complicado de alcançar, além de ser uma toda uma situação delicada que envolvia tanto os usuários como os moradores da região. Considerando toda a logística que envolveu um plano de ação complicado, com o transporte e uso equipamentos tecnológicos e pesados para demolir aquela estrutura, como superguindastes e betoneiras, conseguimos liberar as pistas no tempo mais rápido que foi possível”, disse.

Para responder aos questionamentos pela Ecovias compareceram, além de Klein e Belão, o gerente de engenharia, Naélson Cândido; representando a Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), Santi Ferri; e, pela Polícia Militar Rodoviária, o comandante do estado, coronel Hugo Santos, e comandante do Primeiro Batalhão (1ºBPRv) tenente-coronel Marcelo Estevão.

Deputados cobram plano de contingência

A deputada estadual Solange Freitas disse que “até entendeu” as explicações, mas não as aceitou de todo. “Eles foram ágeis, mas ainda faltou um plano de contingência para o atendimento das pessoas que estavam presas na estrada. Faltou isso. Não se pensou sobre aqueles que ficaram nos ônibus e caminhões. Que outra opção a gente vai dar? Ao menos admitiram que toda ocorrência é um aprendizado. E espero que isso seja corrigido”, declarou.

Imediatamente após o acidente, os parlamentares apresentaram um projeto de lei que prevê medidas de assistência aos usuários de rodovias em situações de interdições, a serem adotadas pela concessionária das estradas paulistas.

A proposta estabelece que as concessionárias deverão ter um plano de contingência que inclua, de forma prioritária, “a identificação e promoção de rotas alternativas seguras e viáveis”, durante o bloqueio da via. Também deverão promover assistência aos usuários, com distribuição de água potável e alimentação básica; informá-los, com dados atualizados, sobre a situação da interdição, através de painéis eletrônicos e canais oficiais; conceder apoio emergencial a motoristas e passageiros em condição vulnerável, como idosos, crianças, pessoas com deficiências ou necessidades especiais; e dispor de apoio logístico para deslocamento de quem precisar de atendimento médico.

Segundo o documento, as gestoras das estradas deverão manter estrutura mínima para atendimento a estas situações, podendo inclusive firmar parcerias com órgãos públicos, empresas privadas e entidades de terceiro setor. Se sancionada, a lei poderá aplicar penalidades administrativas, que incluem desde multa até a revisão do contrato de concessão.