O peeling químico é um procedimento dermatológico responsável por proporcionar melhoria na qualidade, textura e aparência cutâneas, sendo comumente indicado na presença de cicatrizes de acne, fotoenvelhecimento, ceratose actínica, discromias, lentigos solares e efélides.
Seu mecanismo de ação se dá através da indução controlada à injúria tecidual e aproveitamento otimizado do processo de regeneração pós lesão.
Conforme a profundidade de ação do produto, os peelings podem ser classificados como “leves/superficiais” (agindo apenas na epiderme), “de média profundidade” (acometendo epiderme e derme papilar) ou “profundos” (atuando até derme reticular).
Atualmente, muito se tem discutido sobre o peeling de fenol, o qual causa ceratocoagulação e desnaturação de proteínas na epiderme e derme, culminando na liberaçãoo de citocinas e quimiocinas pró-inflamatórias capazes de estimular a restauração e rejuvenescimento da pele.
As mídias divulgam os efeitos “milagrosos” do peeling de fenol, porém é imprescindível a informação dos riscos associados à técnica. A prescrição do uso do fenol deve ser criteriosamente avaliada pelo profissional dermatologista e todas as informações devem ser apresentadas ao paciente previamente sua aplicação.
A residente em dermatologia, Juliana de Carvalho Delgado, discute a seguir algumas peculiaridades inerentes ao peeling de fenol. Indica-se a profilaxia contra herpes vírus simplex, pela aumentada chance de desenvolvimento da doença em sítios de injúria tecidual pelo fenol. De modo diferente dos peelings superficiais e de média profundidade, a aplicação do peeling de fenol na face completa ou seu uso em altas concentrações devem ser realizada em ambiente hospitalar. É essencial a monitorização cardíaca constante (por risco de arritmia) e a aplicação em pequenas áreas com intervalo de tempo entre elas (para controle toxicidade).
Em situações adversas, os peelings químicos podem causar complicações como lesão ocular, infecção, despigmentação, eritema prolongado e cicatrizes, sendo mais frequentes e intensas no uso do fenol. O pronto reconhecimento e o tratamento imediato das complicações dos peelings químicos aumentam a reversibilidade do quadro.
O efeito estético do peeling de fenol, quando bem-sucedido, é indiscutível. Porém sua indicação, execução e acompanhamento devem ser realizados pelo profissional dermatologista.
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