Mundo

O Equador é aqui

15/01/2024
Depositphotos

Algumas das imagens mais marcantes da semana passada vieram do Equador. Traduzem o caos: uma verdadeira guerra civil entre as facções do crime organizado e as forças policiais e do Exército. As autoridades anunciaram 300 prisões. Os narcotraficantes disseram ter quase 200 agentes e funcionários penitenciários reféns, agora já libertados. Como se percebe pelos números, um confronto que começou equilibrado.

Já uma das declarações mais chocantes da semana veio do Rio de Janeiro. O prefeito Eduardo Paes acusou uma facção do crime de uma cobrança: R$ 500 mil para liberar a execução de uma obra no terreno da antiga Universidade Gama Filho. Pediu socorro ao governo federal. Como a segurança pública é atribuição estadual, o SOS equivale ao reconhecimento, aliás de domínio público, da falência absoluta da gestão do governador Cláudio Castro e dos antecessores dele nessa área.

Se você, leitora/leitor, está achando que coisas desse tipo só acontecem longe daqui, no longínquo Equador ou na degradada cidade que já foi maravilhosa:

Nananinaninanão.

Um vídeo que circulou nesta semana nas redes sociais toca o terror na gente: um casal chega em casa numa motocicleta na Vila Valença, em Sâo Vicente, e sofre um assalto em que um dos bandidos aponta um fuzil para o rapaz. Um fuzil !!!

O Rio de Janeiro é aqui. E o Equador é no Rio de Janeiro. O Brasil está nesse caminho. Acelerado. Você pode minimizar, pensar que o Equador é um país pequeno, população menor que 20 milhões. Que o Brasil, com mais de 200 milhões nunca vai se tornar refém do crime organizado. Mas a Colômbia, maior que a Argentina, já esteve nessa situação. E o México, mais de 130 milhões de habitantes, maior que a Argentina e a Colômbia juntas, hoje é refém do narcotráfico. É bom a gente abrir o olho já.