ByteDance terá de repassar controle do app para uma empresa americana até janeiro
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sancionou nesta quarta-feira, 24 de abril, uma legislação que impõe à ByteDance, empresa do TikTok na China, a obrigação de vender a plataforma de mídia social ou interromper suas operações nos Estados Unidos.
Essa medida foi incorporada a um pacote de auxílio militar de US$ 95 bilhões destinado à Ucrânia e a Israel, o qual foi aprovado por uma votação de 79 a 18 no Congresso norte-americano. Com a sanção presidencial, a ByteDance tem um prazo de 270 dias, equivalente a cerca de nove meses, para concluir a venda das operações do TikTok nos EUA a um proprietário de nacionalidade americana. Caso essa transação não seja realizada dentro do período estipulado, o aplicativo enfrentará a proibição de operar no país. O prazo final para a conclusão do negócio é janeiro de 2025, podendo ser estendido por mais três meses se a venda já estiver em andamento ao fim dos 270 dias iniciais.
O respaldo bipartidário à legislação reflete a preocupação com o potencial uso do TikTok pela China para espionagem, acesso a dados pessoais dos americanos ou manipulação política. O aplicativo é utilizado por aproximadamente 170 milhões de americanos e se destaca pelo algoritmo eficaz que compreende os interesses dos usuários, oferecendo vídeos curtos capazes de capturar a atenção.
Os opositores do projeto argumentam que Pequim poderia obter informações sobre os americanos por meio de outras fontes de dados, como a navegação na internet, sem necessitar do controle direto do TikTok. A ByteDance, por sua vez, nega ter compartilhado dados de usuários com o governo chinês e lamenta a decisão de associar um projeto de proibição a um pacote de ajuda externa e humanitária.
A empresa ressalta ainda que o TikTok beneficia cerca de 7 milhões de negócios nos Estados Unidos e contribui significativamente para a economia do país, com um impacto anual de US$ 24 bilhões.
