Comportamento

O que fazer enquanto a pandemia não acaba?

10/04/2021
O que fazer enquanto a pandemia não acaba? | Jornal da Orla

Embora desgastada pelo uso impreciso por gurus de ocasião, o termo “resiliência” ajuda a entender e procurar uma linha de reação nesta pandemia, época de sofrimento e incertezas. Não se sabe quando vamos superar esta “crise matrioska” (uma crise dentro da outra, tal qual a encantadora bonequinha russa), mas enquanto ela não passa é preciso sobreviver da melhor maneira possível.

“Resiliência” é um termo emprestado da Física: diz respeito sobre a capacidade de um material voltar ao seu estado original após uma situação de estresse. Por exemplo: uma barra de ferro que amolece ao ser submetida a intenso calor leva determinado tempo para voltar a ser sólida. 

Evidentemente, ninguém será como era antes da pandemia. Mas é possível adotar algumas estratégias no dia a dia neste período tão delicado.

 

Fadiga da pandemia
Por durar tanto tempo e não se ver uma perspectiva concreta de quando ela será superada, a pandemia provoca um conjunto de sentimentos negativos presentes em todos, em maior ou menor intensidade. É a fadiga da pandemia, que tem entre os principais sinais:

• Falta de motivação
• Mudança nos hábitos alimentares e de sono
• Irritabilidade
• Estresse com atividades antes feitas facilmente
• Dificuldade de concentração
• Procrastinação (“depois eu faço”)
• Falta de esperança

 

Equilíbrio emocional

É certamente o desafio mais difícil durante esta pandemia. Buscar ter pensamentos positivos e cultivar o otimismo (sem minimizar a gravidade do momento nem negar a realidade) ficam mais fáceis recorrendo a práticas espirituais, cada escolherá a que mais lhe oferecer conforto: meditação, filosofia, um culto religioso (seja ele qual for). Independente de qual seja, todos têm em comum o requisito de ser absolutamente pessoal e instransferível.

 

Detox de informações
Não faltam notícias negativas mas nem por isso é preciso se expor a uma verdadeira overdose de informações. É preciso, sim, atualizar-se, mas sempre em fontes confiáveis. Mais do que nunca, cuidado com as fake news. Reduza o acesso às redes sociais e evite interações conflituosas. 

 

Cuide-se
Use máscara, pratique o distanciamento interpessoal, tenha cuidados com a higiene, principalmente das mãos (água e sabão ou álcool gel). 

 

Estabeleça uma rotina
Por estarem mais tempo em casa, muitas pessoas têm dificuldades de seguir com a mesma disciplina a rotina pré-pandemia. Há o agravante de que o ambiente domiciliar, e a sua própria dinâmica, acabam interferindo nas tarefas profissionais. Definir horário para acordar, estabelecer tarefas, definir um local específico na residência que garanta a produtividade.

Atividade física
A impossibilidade de treinar, por conta das restrições, cria o risco do desenvolvimento do sedentarismo — e todos os prejuízos que ele acarreta. Por mais dificil que seja, é preciso estabelecer uma rotina de exercícios, com a devida orientação profissional, para evitar obesidade, problemas nas articulações e perda ou enfraquecimento da massa muscular. A falta de preparo físico torna mais sacrificante as tarefas rotineiras e o próprio trabalho. 

Do ponto de vista emocional, a ausência de atividade física reduz a produção de hormônios fundamentais como adrenalina e endorfina, situação que enfraquece o sistema imunológico e favorece o aparecimento ou agravamento de problemas como ansiedade e depressão.

 

Cuide da alimentação
A perda de apetite e a irregularidade nos horários das refeições estão entre os principais problemas relatados nesta pandemia. Assim, é preciso alimentar-se em horários pré definidos (e não apenas “beliscar”) e dar atenção especial à qualidade das refeições. 

Atividades prazerosas
Ler um livro, ver um filme, ouvir música. Além de oferecerem entretenimento, estas atividades também contribuem para adquirir conhecimento, estimular reflexões e até mesmo inspirar planos. Neste aspecto, é interessante escolher obras com temas leves, construtivos e que não inspirem pensamentos negativos. 

 

Converse com amigos e familiares
Aprofunde os vínculos com telefonemas, trocas de mensagens ou mesmo videochamadas. Agende a data e hora da conversa, como se faz com um crompromisso profissional, e que fique claro para os participantes qual será a duração do papo. Isso evita interrupções e o prolongamento desnecessário e cansativo da conversa.

 

Procure ajuda
Se perceber que sentimentos negativos são persistentes ou pioram, não hesite em pedir ajuda. Muitas vezes, uma conversa de confiança pode ser o suficiente. Caso contrário, procure um profissional.

Dedique-se a um projeto consistente
Trabalhe em algo que exija dedicação, concentração e tempo, que demande planejamento e disciplina na execução. Aprender um idioma, uma habilidade manual (pintura, escultura, desenho, marcenaria), um curso com densidade, uma nova qualificação profissional, escrever um livro, organizar coleções, fazer uma faxina em armários e gavetas.