Comportamento

Pancadão e sofrência por todos os lados

05/01/2024
Divulgação/Prefeitura de Guarujá

Uma força-tarefa da Prefeitura de Guarujá percorreu 6 praias da cidade entre os dias 26 de dezembro e 01 de janeiro. A quantidade de ocorrências registradas fica entre o previsível e o inacreditável: mais de 11 mil.

Previsível porque quem frequenta praias das cidades da Baixada convive com esses abusos há muito tempo. Inacreditável porque 11 mil é um número muito além de qualquer limite razoável.  

Guaiuba, Pernambuco, Astúrias, Enseada, Pitangueiras e Tombo saem do episódio retratadas como praias absolutamente sem lei: ambulantes irregulares, animais não-permitidos, barracas proibidas… A estrela da companhia, entretanto, é a caixa de som abusiva. Mais de 4,7 mil. 

A maior dessas praias, Enseada, tem 7 km de extensão. A faixa fiscalizada, no total, deve estar em torno de 15 km. Assim, a média de transgressões à regulamentação do uso das praias é de 122 por dia em cada km. A cada 8 metros de extensão de praia, alguém cometendo um abuso, uma ilegalidade.

A do som abusivo incomoda extremamente. E traduz uma mentalidade de egoísmo, de falta de cidadania, de desrespeito, de tudo que é ruim. A pessoa leva a caixa de som, regula no volume que bem entende e os incomodados que se mudem. O pior é que os incomodados não têm nem como mudar. Eles se transformam em ilhas de indignação e aborrecimento cercadas de pancadões e sofrências por todos os lados.

É questão de educação. A pessoa que leva a caixa e coloca no volume máximo nem vai entender que está incomodando. Ela está se lixando pros outros.

No curto prazo, a única solução é a que está sendo adotada em Guarujá; desligamento, apreensão do aparelho. E multas salgadas. No longo prazo, só com educação.