A palavra Tolteca tem uma série de significados que foram sendo relacionados a ela ao longo da história. Eles foram um povo da Mesoamérica, com uma forte cultura e sabedoria, e sua filosofia é estudada e integrada por várias pessoas até hoje.
De acordo com eles, firmamos centenas de compromissos conosco mesmos, com as pessoas com quem nos relacionamos, e até herdamos compromissos que chegam através de ensinamentos vindos da família e da sociedade. Esses compromissos moldam a nossa personalidade e nossa Vida como um todo, e guiam nossa experiência, entendida por eles como um sonho pessoal.
Nessa experiência, nesse sonho, podemos criar a percepção de um sonho infernal, ou um sonho paradisíaco. Se não gostamos do sonho que estamos realizando em nossa Vida, precisamos alterar os compromissos que nos norteiam. E assim que estivermos preparados para mudá-los, podemos usar os quatro compromissos que nos deixaram para trazer poder suficiente de alterarmos nossa realidade.
Ao criarem esses quatro compromissos, quiseram nos trazer reflexões e uma filosofia de vida, que fortalecesse nosso interior e ajudasse a nos livrar das identificações que fazemos dentro dos papéis que assumimos. E com isso passar a viver de forma mais autêntica, expressando quem realmente somos.
1- Seja impecável com sua palavra – impecável quer dizer sem pecado. Mas o que seria pecado? Para eles é quando agimos contra nossa natureza essencial. A palavra, o verbo, o som, são a maior expressão do nosso poder criativo. Seja pela fala ou pelo pensamento. Já falamos disso em outro texto, quando vimos que nosso cérebro poupa energia quando não se acha capaz de realizar algo. Então, quando julgamos, criticamos, culpamos e condenamos quem somos, estamos pecando. Pois isso gera muitos conflitos em nossas Vidas, e diálogos internos de vitimização, que nos levam a sentir uma falta de amor próprio e só nos distancia cada vez mais da auto aceitação e do poder de realização. Por isso, quando passamos a ser impecáveis com nossas palavras, vamos nos empoderando aos poucos, nos fortalecendo, e resgatamos nosso poder de criação. Isso também serve para o que falamos dos outros e das situações que vivemos, quando deixamos de mal dizer e criticar o que nos acontece, vamos fortalecendo nossas relações, gerando mais confiança e gratidão.
2- Não leve nada para o lado pessoal – somos seres complicados. Se por um lado temos uma forte tendência ao vitimismo e não nos achamos capazes de conquistar o que queremos, por outro temos a tendência de nos dar muita importância e acreditar que tudo é sobre nós. E os outros também fazem isso. Ficamos defendendo nossos pontos de vista e acabamos criando discussões e desgastes que não nos levarão a lugar algum. Você só irá se ofender com agressões, se tiver inseguranças e de certa forma concordar com o que está sendo dito. Um exemplo prático, se você não tiver problemas com seu nariz, alguém te chamar de narigudo não será um problema. Mas se isso for uma inseguranca pessoal sua, lhe causará um desconforto, terá tocado em uma ferida, e te afetará. Os outros são poderosos reflexos para nos mostrar o que temos dentro de nós e na grande maioria das vezes negamos sobre nós mesmos. E isso vale para os dois lados, o que os outros dizem ou fazem é uma projeção da realidade deles. Mesmo que te xinguem, aquilo que estão vendo em você é só uma interpretação feita pela experiência pessoal deles.
3- Não faça suposições – como dito antes, estamos cada um vivendo uma realidade pessoal que geralmente é muito diferente da realidade das outras pessoas. Como cada um tem uma experiência de vida, e não necessariamente (e muito possivelmente não mesmo), a forma como interpretamos o que nos acontece e nos falam é aquilo que realmente foi dito. Por isso é tão importante não tirar conclusões e buscar esclarecer as coisas. Todas as vezes que fiz isso percebi que nada do que eu tinha entendido era o que tinha acontecido ou sido falado, e o inverso também é verdadeiro, de não terem entendido NADA do que falei. Muitas vezes tinham entendido o contrário do que quis dizer. Nós só enxergamos o que estamos condicionados a enxergar. É nossa imaginação que guia nossa percepção do mundo quando seguimos no automático.
4- Sempre faça o melhor que puder – este é sobre colocar os demais compromissos em ação. Então, em qualquer circunstância, dê o melhor de si. E saiba que esse melhor irá depender de situação para situação e nem sempre alcançará sua expectativa. Dependerá de seu estado interno, do quanto o que está fazendo é algo habitual.
Se quiserem se aprofundar, sugiro a leitura do livro Os quatro compromissos, de Don Miguel Ruiz.