Sagrada para cristãos, judeus e muçulmanos, Jerusalém é invadida por uma multidão de fiéis de todos os lados do mundo na Semana Santa, atraídos pelos cenários bíblicos e pela intensa religiosidade. Na Cidade Velha, Jesus foi crucificado, morto, sepultado e ressuscitou no terceiro dia. A 10 quilômetros dali, em Belém, ele nasceu. No lugar de dicas turísticas, versículos e sermões conduzem os caminhos dos visitantes, que se guiam pela Bíblia para refazer os passos de Cristo na Terra Santa.
Seu centro histórico de pedras milenares fica no coração do mapa de Israel. A história judaica se refere à região há pelo menos 4 mil anos, desde o patriarca Abraão, mas Jerusalém é também o berço do cristianismo. Para o Islã, Jerusalém é chamada de “a sagrada” e representa sua terceira cidade mais importante, atrás apenas das sauditas Meca (“A Honrada”) e Medina (“A Iluminada”).
Atrações para judeus, muçulmanos e cristãos
Cidade de Davi – Ao sul do Monte do Templo, é o local mais antigo de Jerusalém, com registros de ocupação pelos jebuseus, povo cananeu, no século 20 a.C. Segundo a narrativa judaica, o rei Davi tomou-lhes a cidade por volta do ano 1000 a.C. para torná-la sua capital. O lugar é um grande parque arqueológico com muralhas que datam dos séculos 18 e 13 a.C., túneis atribuídos a Salomão e um reservatório de água de 70 d.C.
Monte das Oliveiras – As árvores típicas do Mediterrâneo cobrem o monte e dão nome a ele. Associado no cristianismo ao local da traição de Judas, do martírio de Cristo e de sua ascensão, o Monte das Oliveiras abrigou a primeira comunidade cristã da história, formada pelos apóstolos que se reuniam ali. De seu topo há uma vista espetacular da Cidade Velha e do Domo da Rocha, a reluzente cúpula dourada dos postais de Jerusalém. Segundo a crença judaica, as pessoas enterradas nos cemitérios do monte serão as primeiras a ressuscitar no dia do Juízo Final. Para os muçulmanos, uma ponte com sete arcos será suspensa de lá até o Monte do Templo. Por ela caminharão os ressuscitados: os “justos” subirão ao céu; os pecadores cairão da ponte e mergulharão no inferno.
Via Dolorosa (ou Via Crúcis) – É o suposto caminho dos passos finais de Cristo até a crucificação. Em um total de 14 estações, cortando o bairro muçulmano da Cidade Velha, o percurso é repetido por fiéis, embora não existam bases históricas que certifiquem o trajeto. Pequenos monumentos ou placas identificam as estações: a fortaleza romana na qual Cristo foi condenado; o carregamento da cruz após Cristo ter sido açoitado; a primeira queda; o encontro com Maria; a ordem dos soldados para Simão Cirineu conduzir a cruz; o encontro com Verônica, que enxuga as lágrimas de Jesus, e a segunda queda; o consolo às mulheres de Jerusalém; a terceira queda; e os momentos em que é despido, pregado à cruz, morto e dela retirado. A última estação é o Santo Sepulcro, dentro da igreja.
Igreja do Santo Sepulcro – Fica no local da crucificação, sepultamento e ressurreição de Cristo. A igreja mais importante da cristandade é uma soma de templos construídos, destruídos e reformados. Sua administração é dividida entre gregos ortodoxos, católicos romanos, armênios ortodoxos e as igrejas copta, síria e etíope. Logo na entrada há uma reprodução da pedra na qual o corpo de Cristo teria sido preparado para o enterro, um local adorado pelos fiéis.
Muro das Lamentações – O local mais sagrado do judaísmo faz parte da parede de contenção do monte do templo, que fica logo acima (onde hoje estão a mesquita Al-Aqsa e o Domo da Rocha). É em suas frestas que judeus depositam papéis com pedidos na crença de que, feitos ali, serão atendidos. O nome faz referência ao período em que devotos se aglomeravam no local para lamentar a destruição do grande templo judeu, em 70 d.C. – essa era a única parte das ruínas da qual tinham permissão para se aproximar.
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