Barbara Romano
Se você faz algum treino/esporte coletivo ou se tem acesso a internet e as redes sociais, com certeza já ouviu de outras pessoas sobre essa prática ou já leu alguma matéria/opinião em algum lugar sobre isso. Esse é um dos questionamentos comuns de ouvirmos em atendimento – e fico me perguntando, o interesse em treinar em jejum seria porque as pessoas se sentem melhor, porque acham que dá mais resultado, pela rotina/horários ou por tudo isso junto? Será que é benéfico e será que tem algum prejuízo?!
Vamos destacar alguns pontos importantes!
Se o interesse é por ser uma técnica melhor para o emagrecimento, os estudos mostram que podemos ter uma oxidação maior de gordura durante o exercício em jejum comparado ao exercício estando alimentado. Apesar disso, não há diferenças de fato no emagrecimento. Isso porque o corpo se ajusta em relação a utilização de substratos energéticos ao longo do dia. Ou seja, a maior utilização de gordura como fonte energética no momento do exercício em jejum fica diminuída nas horas seguintes quando comparada ao exercício no estado alimentado.
Pensando também na questão de massa muscular, não há evidências científicas que comprovem que treinar em jejum possa levar a perda de massa muscular
O ponto principal é: nossa alimentação e nossos hábitos podem ser treináveis, adaptados e são individualizados. Se você já está habituado a treinar em jejum e não se sente mal, fique tranquilo. Se acorda muito cedo e vai direto treinar e não sente desconforto, você pode fazer isso, além de melhorar por exemplo suas reservas energéticas aumentando um pouco mais o consumo alimentar na noite anterior. Mas também, se você quiser aos poucos ir treinando ingerir algo mais leve, ou algum liquido, até criar novos hábitos e conseguir comer antes do treino, o seu corpo pode se adaptar a isso.
Agora se você começar a treinar em jejum em busca de emagrecimento por si só, não faz sentido, pois não há diferenças no resultado. E o mais importante, se o seu objetivo for o desempenho esportivo, procure um nutricionista para adequar e alinhar essa prática a sua rotina, costumes, cultura e individualidade para atingir suas metas.
Barbara Romano – CRN 3: 4548-4. Nutricionista pós-graduada em Nutrição, Metabolismo e Fisiologia do Exercício pela USP
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