Sala de Ideias

Você usa suplementos de vitamina C para prevenir ou tratar gripes e resfriados?

03/03/2023
Pixabay

Barbara Romano 

Sabemos que é uma prática bem comum chegar na farmácia, por exemplo, e pegar um tubinho de vitamina C – até somos incentivados a isso – ou ter ali na sua casa suplementos de vitamina C e de vez em quando diluir na água e tomar. Mas essa prática tem fundamento?
A vitamina C tem papel significativo no metabolismo de carboidratos, ferro, na síntese de lipídeos e proteínas, por exemplo, assim como na resistência às infecções e na respiração celular. Ainda, oferece suporte ao sistema imunológico, em virtude da sua propriedade antioxidante, ajudando a neutralizar os radicais livres nas células.
Isso significa que a vitamina C é um importante micronutriente para a resposta imune, incluindo a reação contra gripe e resfriados, e em casos de deficiência dessa vitamina, o aumento da ingestão pode sim trazer melhoras.
Mas, apesar disso, é importante saber que ainda não temos estudos consistentes que mostrem benefícios com a suplementação acima das quantidades diárias recomendadas, que são essas megadoses que encontramos disponíveis para comprar.
As recomendações também variam conforme a faixa etária. Crianças tem a necessidade de 15 a 65mg/dia; mulheres adultas de 75mg/dia; homens adultos de 90mg/dia; gestantes de 85mg/dia e lactantes de 120mg/dia.
Outro ponto importante é que temos muita facilidade para atingir as doses diárias recomendadas comendo frutas e hortaliças. Segue alguns exemplos de quantidade de vitamina C em algumas frutas: Acerola (100g) – 942mg; Goiaba (1 unidade) – 90mg; Laranja (1unidade) – 102mg; Morango (12 unidades) – 76mg; Manga (1/2 unidade) – 86mg; Kiwi (2 unidades) – 132mg; Caju (1 unidade pq) – 65mg.
Por isso, aquelas recomendações básicas devem ser lembradas: não tomem nada sem saber o porquê; ouçam recomendações de profissionais da saúde que acompanham vocês; se apresentarem deficiência de vitamina C, procure um profissional qualificado para realizar a suplementação em quantidade individualizada e adequada; e lembrem-se, a gripe pode trazer riscos à saúde, não negligenciem o tratamento.

 

 

 

 

 

 

 

Barbara Romano – CRN 3: 4548-4. Nutricionista pós-graduada em Nutrição, Metabolismo e Fisiologia do Exercício pela USP

Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete a linha editorial e ideológica do Jornal da Orla. O jornal não se responsabiliza pelas colunas publicadas neste espaço.