Juliana Schonhaus
Esse termo se refere a um dos grupos de alimentos presentes na chamada “Classificação NOVA” que encontramos no Guia Alimentar para a População Brasileira.
O Guia é um documento oficial do Ministério da Saúde, utilizado como base para estruturar políticas públicas e programas de nutrição e saúde do nosso País. Além da Classificação, o Guia traz diversos conceitos e dicas sobre uma alimentação saudável.
A “Classificação NOVA” é baseada em evidências científicas e diferencia os alimentos em 4 grupos. Vamos entender um pouco melhor sobre cada um e qual a recomendação de consumo?
Alimentos in natura ou minimamente processados: são os “obtidos diretamente de plantas ou de animais e são adquiridos para o consumo sem que tenham sofrido qualquer alteração” ou que “foram submetidos a processos de limpeza, remoção de partes não comestíveis ou indesejáveis, fracionamento, moagem, secagem, fermentação, pasteurização, refrigeração, congelamento…”
Exemplos: frutas, tubérculos, legumes, verduras, raízes, ovos, carnes, todos os tipos de arroz e feijão, lentilhas, grão de bico e outras leguminosas, cogumelos frescos ou secos, o leite pasteurizado, as farinhas e os iogurtes naturais, especiarias em geral e ervas, frescas ou secas, chás e a água.
Recomendação: faça de alimentos alimentos in natura ou minimamente processados a base da sua alimentação
Ingredientes culinários: “produtos extraídos de alimentos in natura ou da natureza por processos como a prensagem, moagem, trituração, pulverização e refino.”
Exemplos: óleos para cozinhar, azeite de oliva, manteiga, banha de porco, gordura de coco, açúcar branco, demerara ou mascavo, sal de cozinha..
Recomendação: utilize-os em pequenas quantidades ao temperar e cozinhar alimentos e criar preparações culinárias.
Alimentos processados:“são fabricados pela indústria com a adição de ingredientes culinários a alimentos in natura para torná-los duráveis e mais agradáveis ao paladar. São produtos derivados diretamente de alimentos…“
Exemplos: alimentos em salmoura ou em solução de sal e vinagre; extrato ou concentrados de tomate (com sal e ou açúcar); frutas em calda e frutas cristalizadas; carne seca; sardinha e atum enlatados; queijos; e pães feitos de farinha de trigo, leveduras, água e sal.
Recomendação: “Limite o uso de alimentos processados, consumindo-os, em pequenas quantidades, como ingredientes de preparações culinárias ou como parte de refeições baseadas em alimentos in natura ou minimamente processados.”
Alimentos/produtos ultraprocessados: formulações industriais que possuem frequentemente cinco ou mais ingredientes e com nomes pouco familiares e não usados em preparações culinárias (gordura vegetal hidrogenada, óleos interesterificados, xarope de frutose, isolados proteicos, agentes de massa, espessantes, emulsificantes, corantes, aromatizantes, realçadores de sabor e vários outros tipos de aditivos).
Exemplos: embutidos, biscoitos, sorvetes e guloseimas; bolos; cereais matinais; barras de cereais; sopas, macarrão e temperos “instantâneos”; salgadinhos “de pacote”; refrescos e refrigerantes; achocolatados…
Recomendação: “evite alimentos ultraprocessados.”
Para facilitar, abaixo temos um exemplo com os produtos que encontramos nos supermercados:
É importante ressaltar que considerando a vida corrida dos dias atuais e a grande disponibilidade de ultraprocessados no nosso dia a dia, não é orientado para tirarmos esse grupo completamente da nossa alimentação. O importante é conseguir identificá-los e ter um equilíbrio, buscando sempre fazer melhores escolhas.
Ou seja, o famoso clichê “descasque mais e desembale menos” continua atual e precisamos colocá-lo em prática.
Essas e outras informações informações você pode acessar pesquisando: Guia Alimentar para a População Brasileira (2014) ou pelo link:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_alimentar_populacao_brasileira_2ed.pdf
*Juliana Schonhaus – CRN 3: 4223-9. Nutricionista e Mestre em Ciências pela Universidade Federal de São Paulo
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