Arnaldo Luiz Corrêa
Com a vitória de Donald Trump, o planeta observa com apreensão o impacto de seu retorno à Casa Branca. A perspectiva de sua nova administração já provoca incertezas para a economia global. Trump reafirmou a intenção de intensificar barreiras contra produtos e insumos chineses, priorizando o que é produzido nos Estados Unidos. Além disso, sua postura em relação aos trabalhadores imigrantes promete ser dura.
O resultado imediato? A expectativa é de produtos e serviços mais caros nos EUA, o que pressiona a inflação a níveis preocupantes. Como resposta, é provável que o FED, o Banco Central americano, precise elevar os juros para conter a inflação. Juros altos e um cenário de aversão ao risco são, historicamente, uma combinação desfavorável para as commodities, que tendem a sofrer com quedas acentuadas, enquanto as moedas de países emergentes – como o real – enfrentam desvalorização.
Para o Brasil, um dos maiores exportadores de commodities, o impacto dessa política de “América em Primeiro Lugar” pode ser severo. Não só o mercado americano tende a se retrair, como nossa maior parceira comercial, a China, pode enfrentar maiores dificuldades com as barreiras econômicas impostas pelos EUA. Qualquer desaceleração na economia chinesa rapidamente impacta as exportações brasileiras.
Além das questões econômicas, a volta de Trump reacende as preocupações com seu estilo beligerante, conhecido por declarações xenófobas e controversas. Entre seus momentos mais polêmicos estão as falas sobre os imigrantes que chocam o mundo. Sua retórica de exclusão e os comentários absurdos deixam claro que Trump permanece uma figura polarizadora.
A Estátua da Liberdade, símbolo de acolhimento e esperança para milhões de imigrantes que ajudaram a construir os EUA, parece, ironicamente, observar com desalento o retorno de um governo que desafia os valores que ela representa.
Para o mundo, a reeleição de Trump é um prenúncio de tempos instáveis. E, diferentemente de um reality show, as consequências desse cenário político prometem ser profundas e duradouras, com repercussões econômicas, sociais e culturais globais.
…
Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete a linha editorial e ideológica do Jornal da Orla. O jornal não se responsabiliza pelas colunas publicadas neste espaço