Saúde e Beleza

Transplante capilar

28/06/2022
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Diversos motivos podem levar a perda dos fios como: doenças congênitas, autoimunes e de predisposição genética, sendo o protótipo deste último grupo a alopecia androgenética. Estas doenças causam um impacto importante na imagem do indivíduo e como este se enxerga, fazendo-o procurar ajuda médica para reestabelecer os fios perdidos.

Inicialmente, podem ser oferecidos tratamentos tópicos e orais, que devem ser mantidos ao longo da vida, mas em alguns casos trazem benefícios limitados e, em algumas situações, não satisfazem as expectativas dos pacientes. Nestes casos, o transplante capilar surge como um complemento do tratamento tópico e oral, sendo uma alternativa duradoura para aumentar a quantidade dos fios na área desejada do couro cabeludo, barba ou sobrancelha.

A região doadora do couro cabeludo localiza-se na região occipital, a qual é dividida conforme diferenças funcionais dos folículos em: área segura e área de maior risco. Sendo a primeira localizada no 1/3 médio da região occipital e menos propensa a sofrer a miniaturização da alopecia androgenética. E a área de risco, correspondendo ao 1/3 superior e inferior da região occipital, mais sujeita aos efeitos dos andrógenos circulantes.

O procedimento é realizado com anestesia local, que pode ou não estar associada a sedação. Uma vez o paciente anestesiado, pode ser realizada uma das duas técnicas: FUE (follicular unit excision) em que as unidades foliculares são retiradas por meio de punches de 0,65 a 0,9 mm de diâmetro, com um ou mais fios em cada uma, de forma difusa para evitar rarefação na área doadora e a cicatrização se dá por segunda intenção, culminando em cicatrizes puntiformes, praticamente invisíveis com menos de 1 mm de diâmetro. Outra possível técnica é o FUT (follicular unit transplantation), que se caracteriza pela excisão com bisturi de uma faixa dermogordurosa do couro cabeludo. As unidades foliculares a serem transplantadas são retiradas da faixa de pele, com lâmina de bisturi, já excisada do couro cabeludo do paciente e o fechamento é realizado por primeira intenção com sutura. Quando o FUT é realizado com por um profissional competente e o paciente tem boa cicatrização, a cicatriz fica muito fina e discreta, com menos de 1mm de largura. Em ambas as técnicas, as unidades foliculares são colocadas por meio de pinças nos orifícios puntiformes, que são realizados com lâminas ou agulhas.

No seguimento, é importante prescrever tratamentos que possam estabilizar ou diminuir a perda de cabelos nativos. Complicações sérias são incomuns, principalmente quando realizados com uma boa técnica e um bom planejamento, mas precisam ser informados aos pacientes, são elas: dor local, prurido (coceira), edema, foliculite, infecção e cicatrizes inestéticas.

Dra Marinna Sampaio, nossa residente em Dermatologia pela Fundação Lusíada, refere que “A alopecia androgenética é um processo dinâmico e a elegibilidade do paciente ao transplante capilar depende do grau de rarefação dos fios, devendo também ser considerados: idade, história familiar de calvície e característica das hastes capilares. Aliando as expectativas dos pacientes com as limitações físicas de seu cabelo.”

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