Filmes e Séries

Resenha da semana: Top Gun: Maverick

03/06/2022
Reprodução

Tom Cruise prova porque o cinema nunca vai morrer

Top Gun: Ases Indomáveis foi o maior sucesso de bilheteria de 1986, se tornando um verdadeiro clássico daquela década e embalado pela arrebatadora canção “Take My Breath Away”, da banda BERLIN, que ainda venceria o OSCAR de melhor canção original daquele ano. Além disso, o filme foi responsável por impulsionar a carreira de Tom Cruise, que se tornaria um dos maiores astros de Hollywood. O ator inclusive, tem sido um respiro de criatividade para o Cinema blockbuster na última década, investindo em produções que vão diretamente na contramão dos grandes estúdios e fora de moda para filmes de altíssimo orçamento: longas com efeitos práticos, direção que visa a cinematografia e uma ação realista e analógica. 36 anos depois, o ator está de volta ao papel que o consagrou e vale dizer que a espera valeu a pena. Top Gun: Maverick é uma autêntica experiência cinematográfica com uma pura demonstração de amor à arte do cinema.

Na sequência de Top Gun: Ases Indomáveis, acompanhamos a história de Pete “Maverick” Mitchell (Tom Cruise), um piloto à moda antiga da Marinha que coleciona muitas condecorações, medalhas de combate e grande reconhecimento pela quantidade de aviões inimigos abatidos nos últimos 30 anos. Entretanto, nada disso foi suficiente para sua carreira decolar, visto que ele deixou de ser um capitão e tornou-se um instrutor. A explicação para esse declínio é simples: Ele continua sendo o mesmo piloto rebelde de sempre, que não hesita em romper os limites e desafiar a morte. Nesta nova aventura, Maverick precisa provar que o fator humano ainda é fundamental no mundo contemporâneo das guerras tecnológicas. O filme é dirigido por Joseph Kosinski, que já havia dirigido Cruise no filme Oblivion, mas aqui seu trabalho está em outro patamar. O cineasta demonstrou compreender perfeitamente o que é levar as telas a continuação de um clássico, aproveitando alguns dos elementos narrativos do original para criar algo novo, inovador e criativo, sem que soasse como uma cópia. Há homenagens as cenas clássicas (o jogo na praia é um exemplo), cenas emocionantes (a conversa entre Cruise e Val Kilmer é um dos pontos altos do longa), além das passagens bem-humoradas. Mas aqui, é obrigatório falar do espetáculo visual e realismo que o diretor traz a obra com as sequencias de voo mais realistas já filmadas. Todas as cenas foram filmadas com jatos F/A-18 da Marinha dos EUA, onde o diretor aproveita para criar emocionantes tomadas aéreas com câmeras de cabine de última geração. O resultado disso proporciona uma experiência inovadora e totalmente imersiva com o impacto da gravidade nos atores (são eles mesmo pilotando os jatos) e acrobacias cheia de tensão e adrenalina, com um intenso clímax que deixará o público na ponta da cadeira e de queixo caído.

O roteiro, procura sempre inserir elementos nostálgicos em sua narrativa, como amizade, lealdade, romance e rivalidade, tudo bem trabalhado em um roteiro amarradinho, simples e antiquado, com conflitos humanos que causam impacto sentimental no espectador, especialmente em relação a redenção de Maverick com a morte de Goose e sua relação com o filho deste.

A experiência de assistir a este filme em uma sala de cinema é obrigatória e absurdamente fantástica, com uma fotografia deslumbrante e um trabalho de som primoroso (que será lembrado na época de premiações). Além disso, temos uma canção oroginal de Lady gaga para rivalizar com a do filme original.
Não se pode falar de TOPGUN sem falar de Tom Cruise e a celebração que o filme faz deste grande astro. O ator é conhecido por realizar TODAS as suas sequencias de ação e veio aprimorando isso desde o início de sua franquia Missão: Impossível. Sua juventude inconsequente beirando os 60 anos e a aparente imortalidade do artista cria uma comparação inegável com o protagonista, aliado ao carisma e egomania que marca todo seu legado.

Top Gun: Maverick é uma ótima obra e uma excelente experiência cinematográfica que nos faz lembrar da magia que é o Cinema. Joseph Kosinski cria combates aéreos de tirar o fôlego e a sensação do que é pilotar um caça da TOPGUN, aliado a uma produção meticulosa, um roteiro que celebra o filme original e seus personagens e principalmente Tom Cruise, um artista que está se mostrando eterno.

Curiosidades: O envolvimento de Tom Cruise neste filme foi baseado na condição de que aeronaves reais fossem usadas nas sequências aéreas, não CGI.

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