O ex-Prefeito Oswaldo Justo costumava contar que um fiscal da Prefeitura havia solicitado uma propina ao pasteleiro de uma esquina, mas disse que não era tudo para ele. A quantia, irrisória, seria dividida entre ele (fiscal), seu chefe, o secretário e o prefeito. Justo contava isso (uma piada, lógico) para exemplificar como a Autoridade Pública é vendida por afirmações ou atos praticados por subalternos sem o seu conhecimento.
O Ministério Público acaba de abrir uma investigação sobre a locação de um imóvel no centro de Santos para ser utilizado pela Guarda Municipal. O problema é que o imóvel jamais foi utilizado eis que não tinha condições mínimas para abrigar a Guarda. O contrato teria sido assinado pelo secretário de Segurança que alegou interrupção no pagamento do aluguel quando foram constatadas as reformas que deveriam ser feitas. A pergunta a se fazer é como pode um órgão público assinar um contrato de locação sem uma vistoria rigorosa das condições do imóvel? Não há justificativa para isso. A dúvida é se é incompetência ou desonestidade. Mas seja qual for a resposta não pode o prefeito, que logicamente não é obrigado a saber de tudo o que ocorre na administração, ficar inerte. Em Santos parece que a tolerância a incompetência ou as suspeitas de atos desabonadores são muito elásticas. Algo incompreensível na atual situação eleitoral do grupo instalado no Paço.
Quando a situação é tranquila, a acomodação de gente que não produz ou não agrega é suportável, mas num momento em que a corrida eleitoral é disputada palmo a palmo, não se justifica a letargia. Quem passa o dia fazendo intriga e fingindo que faz alguma coisa ou que é influente, aquele que deveria tomar a frente das comunicações a respeito de sua secretaria ao invés de justificar o injustificável, os incompetentes, todos têm que ser tratados da mesma forma; Obrigado pelos serviços, e até logo.
Uma prefeitura não é um clube de amigos e talvez a sorte desse grupo seja que o outro é muito pior em termos de qualidade. Aguardemos.
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