Há uma semana assistimos ao lançamento da obra do Túnel Submerso Santos-Guarujá. Lula e Tarcísio no mesmo palanque, o que não devia ser surpreendente, já que o partido do Governador está no Ministério de Lula. Mas Tarcísio representa a opção Bolsonarista de liderança, na ausência do Chefe. E Tarcísio deve tudo em termos políticos a Bolsonaro e qualquer tentativa de desgrudar as duas imagens seria traição. Mas a questão do túnel vai muito além da guerra ideológica.
O Túnel vai ser construído na entrada do Canal do Porto, área sob jurisdição da União. Mas para sua construção são necessárias licenças ambientais estaduais, além de outras autorizações que dependem do Governo estadual. O dinheiro vem de Brasília e mesmo que o modelo do Governador fosse adotado (PPP integral), somente o financiamento do BNDES tornaria a obra possível. A adequação do modelo estadual para os moldes federais era necessária e Tarcísio enxergou isso. Perderia o bonde para a teimosia e conseguiu resolver isso a tempo.
O palanque foi uma festa do pragmatismo político com direito a piadas bem no estilo Lula de ser. E para a região, pela primeira vez, o sonho da ligação seca passou a ser realidade. Ainda teremos anos de operação de um sistema falido e sucateado de travessia de balsas. E com a obra a ser iniciada, nenhuma empresa privada vai investir no serviço. Portanto o Governador não tem saída, ou investe em novas balsas e um novo atracadouro, ou vai arcar com o ônus político da omissão. A atual operadora terceirizada pela DERSA chega a fazer uma gestão criminosa do sistema. Falta tudo, segurança, organização, limpeza, operacionalidade e principalmente, Balsas.
Alguém teve a coragem de cobrar o Governador?
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