Há alguns anos, quando escrevi para o Jornal Monitor Mercantil do Rio de Janeiro, costumava chamar Lula de Pequeno Timoneiro. Ele estava em seu segundo mandato e me fazia acreditar que seu ídolo era Mao Tse Tung, auto denominado Grande Timoneiro. Lula constrói narrativas completamente desconexas com a realidade. Começou pela Venezuela e depois passou a expandir seu universo mágico para todos os assuntos da vida nacional e do mundo.
O festival de trapalhadas inclui Medidas Provisórias decorrentes do desespero arrecadatório, quando o lógico seria cortar despesas, além de ouvir seu Ministro mais problemático, que é Ruy Costa, em detrimento dos mais confiáveis, como Haddad, Alckmin, Marina e Padilha. Inclui também discursos absurdos que deleitam a oposição e alimentam a turma Bolsonarista. Lula é o maior cabo eleitoral da Direita. Ao não ter enfrentado Lira logo no início de seu governo demonstrou ser incapaz de analisar o cenário político como fazia em seus dois primeiros mandatos. Parece ter perdido a mão. Não consegue mais ser um encantador de serpentes que já teve até Jair Bolsonaro em sua base no Congresso. E para piorar ao invés de Zé Dirceu e Pallocci, agora tem Janja, que dá bronca em Ministros e interfere diretamente em sua agenda.
O problema é a conta que vai chegar em 2026 e não será paga por Lula mas pelo país. A direita e o voto contra Lula podem nos condenar a ter gente como Michelle, Caiado, Zema ou Tarcisio na Presidência. Tirando o primeiro nome, já tivemos coisas piores ocupando aquela cadeira, mas viver em um país cujos ciclos administrativos e de planejamento se encerram a cada 4 anos sem continuidade alguma é viver pagando o preço pelos erros dos outros.
Em resumo, enquanto Mao mudou a cara da China, para o bem ou para o mal, Lula não consegue mudar a si mesmo. E o país pode passar a alternar entre 2 modelos que impedem seu crescimento e o condenam ao atraso, seja à direita ou à esquerda.
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