Antonio Carlos Banha Joaquim*
O exercício da vida púbica se traduz em atos e realizações. No aspecto político o conceito é muito mais abrangente e envolve além da vontade, desprendimento, capacidade e, acima de tudo, envolvimento com o resultado. Ou seja, saber de antemão que o que se faz e o que se espera, no sentido de criar condições dignas à satisfação dos anseios mais prementes daqueles que conosco convivem. E isso no aspecto mais amplo, conjugando planos na escala vertical e horizontal que regem nossas condutas em sociedade.
Ainda bem jovem, enquanto aprendiz no Centro de Aprendizagem e Mobilização Profissional e Social – CAMPS, passei a ter a exata percepção de que projetos só se materializam mediante um trabalho conjunto que seguem regras e normas de conduta voltadas sempre à finalizações produtivas. No campo político não foi diferente e o açodamento juvenil, inerente a essa fase do desenvolvimento passou a ser contido com a compreensão de que ideais encontravam guarida em ordenamento já solidificado em partido político, no caso o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), depois transformado em Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) e que voltou a ser MDB.
O envolvimento maior com a política e com o MDB se deu pelas mãos do grande líder Oswaldo Justo, primeiro prefeito eleito de Santos (1984-1988) após a reconquista da nossa autonomia política. Nossa Cidade já possou por momentos sombrios, pois até o direito de eleger quem nos representaria no Executivo nos foi cassado.
Justo me fez ver que independentemente de toda disposição política, não tendo um alicerce de uma legenda forte, voltada à defesa intransigente do direitos humanos e comprometida com os verdadeiros desígnios de liberdade, toda e qualquer ação, por mais vocacionada restaria isolada.
No dizer de outro grande líder do MDB, o ex-presidente da República, Michel Temer, por ocasião da Convenção Nacional do Partido, em 2001. “A Nação precisa de um Estado refundado para deixara as janelas estreitas da democracia restrita e ingressar nas portas largas da democracia participativa, a democracia do pão sobre a mesa, a democracia da inclusão social, a democracia da justa distribuição de renda, das oportunidades iguais para todos. Não podemos permanecer desatentos às legiões de jovens, sem esperança, dândis perdidos nos guetos encravados das periferias urbanas, usados como instrumento do pérfido submundo das drogas e da violência. Não podemos fechar os olhos para as massas desestruturadas, os seres migrantes, que se se empoleiram nos morros ou se engavetam nos buracos, nos becos e nas vielas das grandes metrópoles, expulsos de seu habitat, tangidos pelas intempéries da natureza, cheios de amargura e quase nenhum fio de esperança. Ou seguimos adiante ou desistimos de fazer história. Pior ainda: desistimos de nossa vocação de servir ao povo”.
Seguir é a meta, avaliando todo o percurso da caminhada transposta com os olhos atentos para mudanças que porventura se imponham como forma de redefinição de rotas que almejem sempre o coletivo.
*Antonio Carlos Banha Joaquim – Administrador, bacharel em Direito, ex-vereador