Significados do Judaísmo

Os setenta e dois nomes de Deus – A Cabala

07/10/2022
Os setenta e dois nomes de Deus – A Cabala | Jornal da Orla

O antigo cabalista Rav Shimon bar Iochai escreveu no Zohar que foi Moisés quem dividiu o Mar Vermelho, permitindo que os israelitas escapassem por pouco do Faraó e do exército egípcio.

Para realizar este milagre, inspirado por Deus, Moisés combinou o poder da certeza com uma tecnologia espiritual muito poderosa. Ele possuía uma fórmula que literalmente lhe dava acesso ao reino subatômico da natureza.

A fórmula que Moisés usou para superar as leis da natureza estava escondida no Zohar por 2.000 anos.

Esta fórmula é chamada de 72 nomes de Deus. Não nomes como Rafael, Miroel, Miguel, mas sim 72 sequências compostas de letras hebraicas que têm o poder extraordinário de superar as leis da natureza em todas as formas, inclusive a humana.

Os três versículos consecutivos de Êxodo 14: 19-21 contêm, cada um, 72 letras, um fenômeno obviamente raro.

As letras desses três versos podem ser organizadas como 72 tripletos de letras.

Somos ensinados na Cabala que se invertermos a ordem das letras no conjunto do meio, os 72 tripletos se tornam 72 “nomes” de Deus.

Os 72 nomes de Deus [também chamados de 72 letras do nome de Deus, 216 letras do nome de Deus ou 72 Shemot, envolve permutações energéticas de letras que criam uma tremenda vibração espiritual.

Embora essa fórmula estivesse codificada na história bíblica literal da divisão do Mar Vermelho, nenhum rabino, erudito ou sacerdote sabia do segredo.

Era conhecido apenas por um punhado de cabalistas – que também sabiam que, quando chegasse o momento certo, a fórmula seria revelada ao mundo.

Quando o Templo existia, uma vez por ano no Yom Kippur o Kohen Gadol mergulhava na oração e vestia roupas brancas. As massas esperaram do lado de fora do Templo na rua.

Este era o único dia em que ele ou qualquer outra pessoa entrava no Kodesh HaKodashim [Santo dos Santos] – conhecido como ‘Devir’. Nele estava o Aron Habrit [Arca da Aliança] original das viagens dos Filhos de Israel no deserto.

O Kohen Gadol recitava os setenta e dois tripletos do Nome em um formato secreto, passado de Kohen Gadol apenas para Kohen Gadol.

Agora, depois de cerca de 2.000 anos de ocultação, os contemporâneos que se interessam também podem usar esse poder e energia aprendendo e invocando os 72 nomes de Deus.

Os 72 nomes, com suas sequências de 3 letras, atuam como um índice para frequências espirituais específicas.

Simplesmente olhando para as letras, bem como fechando os olhos e visualizando-as, você pode se conectar com essas frequências.
Cada um desses tripletos não é considerado nome completo em si, mas eles criam vibrações de energia.

Apesar de vários relatos espalhados sobre encantos mágicos e poderes dessas permutações, a verdade é que o pensamento judaico clássico não fornece nenhuma explicação sobre cada Nome sozinho – mesmo em tradições posteriores de compilações de Cabala como o Zohar.

Por ser este um dos Nomes usados para criar o universo, parece que seu mistério envolve um formato arquetípico que é o parâmetro e denominador comum de toda a realidade.

É um formato que une tudo. Um segredo por meio do qual a falta de parâmetro e a forma abstrata se transformam em matéria.

Alguns que se consideram especialistas em Cabala afirmam que os 72 nomes são mantras a serem recitados. Isso não é verdade.

Os 72 tripletos [72 Shemot] são experimentados e ativados usando o pensamento.

Não é preciso saber pronunciá-los ou entender exatamente como e por que funcionam. Tudo o que é necessário é olhar para eles e meditar sobre eles de maneira mística – e um tremendo poder poderá se manifestar.

Esta é, naturalmente, uma visão mística do judaísmo.

Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete a linha editorial e ideológica do Jornal da Orla. O jornal não se responsabiliza pelas colunas publicadas neste espaço.