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15/01/2024
Divulgação

O Prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, Ricardo Nunes, demonstrou clara inexperiência política nesta semana, quando oficializada a Chapa Boulos/Marta Suplicy às próximas eleições. Marta é Secretária Municipal no Governo de Ricardo Nunes e todo o mundo político sabia das negociações entre Boulos e ela. Não havia um único órgão de imprensa que não colocasse a formação da chapa como certa. Menos para o Prefeito de São Paulo, que se mostrou atordoado com a comunicação formal.

Isso serve de exemplo para candidatos que tem um passado não vinculado a eleições, mas pertencem ao mundo político por nomeações como Assessores, Secretários, Ministros ou afins. Um exemplo disso é o Prefeito de Santos, candidato declarado à reeleição. Enfrentando dificuldades nas pesquisas diante de uma candidata que pouco tem a oferecer relativamente à ideias e projetos, parece não enxergar que na verdade seu verdadeiro oponente é a falta de percepção política. Mais ou menos como perder para si mesmo. O que se ouve nas ruas quando se justifica o voto na candidatura oposicionista não é ideológico, acerca de projetos de governo ou ideias de gestão, mas simplesmente o desejo de mudança.

Esse desejo ocorre quando o candidato à reeleição, que na verdade significa o 4º mandato do mesmo grupo político, não consegue cativar o eleitorado com o resultado prático de 11 anos de governo. Ocorreu o mesmo em São Paulo em 2022. O eleitorado votou em um candidato que sequer sabia seu endereço no Estado, eis que carioca de nascimento e carreira, mas que representava uma mudança radical em nomes (depois se viu que nem tanto) e costumes.

É incrível como políticos profissionais podem ser incapazes de se reinventar, o que é justamente a resposta a essas crises de identidade com o eleitor. Por isso o inconformismo de Ricardo Nunes na reunião de sexta-feira de seu Secretariado com seu baixo rendimento nas pesquisas só é novidade para ele. E aqui embaixo o roteiro pode acabar sendo o mesmo. Parece que se esquecem da frase de Dom João VI a D. Pedro, antes de voltar a Portugal.

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