Política

Nova eleição para Prefeitura de Mongaguá ganha ares de referendo

22/03/2025 Marco Santana

Por ser em turno único, a nova eleição para prefeito de Mongaguá ganhou contornos de referendo, com a esposa de Paulo Wiazowski, Cristina, como franca favorita.

Os eleitores da cidade devem voltar às urnas, provavelmente em junho, depois que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmou a cassação do registro da candidatura de Paulo Wiazowski (PP), o mais votado em 6 de outubro do ano passado.

A eleição para prefeito de Mongaguá tornou-se uma grande batalha jurídica, cujo desfecho aconteceu na terça-feira (18).

Desde o primeiro revés na Justiça, Paulinho vinha atuando em duas frentes: a sua defesa jurídica e a costura política, para a hipótese de ser convocada uma nova eleição. Ele conseguiu construir um amplo arco de alianças em torno da candidatura de sua esposa, que é presidente do PP Mulher da cidade.

Wiazowski acredita que Cristina terá mais votos que ele próprio obteve em outubro. “Quem não votou no Paulinho agora quer votar na Cristina”, acredita.

A percepção dele é confirmada por pesquisa do Instituto Badra, realizada nos dias 17 e 18 de fevereiro, que mostrou Cristina na liderança, em diversos cenários, com intenções de voto que variam de 36,8% a 38,6%.

Em entrevista ao Jornal da Orla, Wiazowski assegura que sua mulher será a candidata. “A chance ser a vice, com outro nome encabeçando a chapa, é zero. Se inverter, o grupo explode”. Ele garante que, legalmente, pode ser secretário municipal, caso Cristina seja eleita. “Nada me impede”.

 

Oposição fragmentada

Outro fator que favorece Cristina Wiazowski é a fragmentação da oposição à sua candidatura. Como os vereadores não precisam renunciar ao mandato para disputar a eleição, dois deles já manifestaram a intenção de se candidatarem: o atual prefeito provisório, Luiz Berbiz de Oliveira, o Tubarão (União) e Renatinho da Saúde (Novo).
Também cogitam entrar na disputa Márcia das Dores Silva (PMB), Rodrigo Casa Branca (União) e o empresário da construção civil Luiz Moura (MDB).

Um observador atento da cena política de Mongaguá avalia que Moura “pode dar trabalho” se resolver realmente entrar na disputa com afinco. “Vai que ele usa o dinheiro das três mansões que vendeu para Neymar no Morro Santa Terezinha para turbinar sua campanha…”, brinca.

 

 

Batalha judicial

Paulo Wiazowski foi o primeiro colocado na eleição para prefeito de Mongaguá (teve 14.459 votos) mas não tomou posse. A batalha judicial sobre sua candidatura começou em 9 de setembro, a pouco menos de um mês do pleito, quando o juiz Paulo Alexandre Rodrigues Coutinho, da 189ª Zona Eleitoral de Itanhaém, negou o registro da candidatura de Wiazowski.

A sentença foi baseada na rejeição, pela Câmara da cidade, das contas da gestão de Wiazowski como prefeito de Mongaguá em 2012, por “gastos elevados com publicidade institucional nos três meses que antecederam ao pleito, além de não pagamento de precatórios e não recolhimento de contribuições previdenciarias”. O Legislativo seguiu o parecer do Tribunal de Contas do Estado (TCE).

Esta decisão foi revertida em 7 de novembro, no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), por cinco votos a um. Porém, o advogado Renato Carvalho Donato, da coligação adversária (Mongaguá sempre em frente) recorreu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Em decisão monocrática no dia 7 de dezembro, o ministro do TSE André Mendonça indeferiu o registro da candidatura de Paulinho. A sentença foi confirmada, de forma colegiada, por 4 a votos a 3, na terça-feira (18).

Com o registro da candidatura de Paulinho, o presidente da Câmara, Luiz Berbiz de Oliveira (o Tubarão), tomou posse provisioriamente como prefeito.