Em Off

Mudança para inglês ver

25/07/2014
Mudança para inglês ver | Jornal da Orla
Nos últimos anos, houve uma redução da pobreza, graças a programas sociais como o Bolsa Família, elogiado inclusive pela ONU, e ao fato de o país ter saído quase que ileso da uma crise mundial que afetou as economias da Europa e dos Estados Unidos.
Mas o modelo que estimulava o consumo parece ter se exaurido – e os últimos dados econômicos revelam isso: o Brasil é o país que menos cresce entre os chamados emergentes, a inflação permanece num patamar elevado (cerca de 6,5% ao ano) e o número de emprego na indústria cai pelo 32º mês consecutivo. Enfim, é preciso uma correção de rumos, fato percebido pela população, que defende mudanças conforme todas as pesquisas de opinião.
O fato é que o Brasil, apesar de ser uma das maiores economias do mundo, ocupa o 79º lugar entre 187 países no ranking de desenvolvimento humano. Continua sendo um país extremamente desigual e injusto e as razões todos conhecem: corrupção, incompetência da classe dirigente, e privilégios. Um engraxate do Congresso, só para citar um exemplo, ganha muito mais que um médico ou um professor universitário. Os privilégios no setor público, em todos os setores, executivo, legislativo e judiciário, são escandalosos e contra eles não há força humana capaz de dar jeito. E vão continuar porque apenas uma pequena parcela da sociedade brasileira conhece a raiz do problema.
Seja quem for o próximo presidente, o jogo bruto vai continuar, com benefícios para banqueiros e grandes empresários – que recebem fortunas do BNDES e isenções fiscais -, privilégios para o setor público e migalhas para quem recebe recursos do Bolsa Família.
Na outra ponta, pequenos e médios empresários, comerciantes e a classe média vão continuar pagando a conta. O debate necessário sobre a economia será tratado superficialmente, simplesmente porque não interessa aos candidatos favoritos qualquer mudança de jogo e aquele que disser a verdade, o que realmente precisa ser feito, perde a eleição. A verdade é que, nas eleições, todos os candidatos com chances de chegar ao Planalto vão defender “mudanças” para continuar tudo como está.