A campanha Março Amarelo começou, trazendo a iniciativa global de conscientização sobre a endometriose, uma condição que impacta 1 em cada 10 mulheres em idade reprodutiva. Segundo o especialista em ginecologia, Dr. Paulo Cossi, estima-se que 176 milhões de mulheres em todo o mundo vivenciam a endometriose, com mais de 6 milhões de casos registrados apenas no Brasil.
O médico esclarece que a endometriose ocorre quando o tecido que normalmente reveste o útero cresce fora do seu local habitual. “A endometriose pode causar sintomas incapacitantes, como dor durante a menstruação (dismenorréia), dor pélvica não-menstrual e dor nas relações sexuais (dispareunia)”, explica o especialista.
Outros sinais incluem fluxo menstrual aumentado, dor pélvica persistente por mais de seis meses, problemas intestinais, fadiga e dificuldades de engravidar. “Esses sintomas podem afetar profundamente a qualidade de vida das mulheres afetadas”, destaca.
A falta de conscientização, tanto por parte das mulheres quanto dos profissionais de saúde, muitas vezes leva a um diagnóstico tardio e tratamento inadequado. Em média, leva-se de 7 a 10 anos desde o início dos sintomas até o diagnóstico.
“Falta ao trabalho, no ambiente domiciliar ou não, e também a perda de produtividade, são encaradas muitas vezes como “preguiça” pelos profissionais de saúde e pelas pessoas próximas às estas mulheres”, esclarece o especialista.
Diagnóstico
Não há um exame de sangue para detectar o problema, observa o ginecologista. A ultrassonografia transvaginal é a técnica inicial de diagnóstico, altamente precisa quando combinada com um preparo intestinal adequado. O ultrassom 3D é útil para identificar a adenomiose e a endometriose vaginal, formas graves da doença.
Tratamento para endometriose
“O tratamento pode ser realizado com medicamentos no intuito de suprimir as menstruações e melhorar os sintomas. As cirurgias podem ser indicadas em casos que necessite da remoção de lesões e/ou aderências, para melhora na dor e nos casos de infertilidade”, indica o médico.
Ele também destaca que a gravidez pode aliviar os sintomas, mas não deve ser tratamento.
“Se você tem algum destes sintomas e tem dúvidas quanto à possibilidade de ter endometriose, procure um médico que tenha “expertise” no diagnóstico e manejo desta enigmática doença. Faça exames em clínicas e serviços especializados na realização de exames pormenorizados, em particular, a ultrassonografia transvaginal com preparo intestinal”, aconselha o especialista.
