Saúde

Cólica não é frescura; pode ser endometriose

24/03/2023
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Uma em cada 10 brasileiras sofre de endometriose, uma doença crônica caracterizada pela inflamação do endométrio (tecido que reveste o útero durante o período pré-menstrual).

A endometriose acontece quando as células do endométrio, em vez de serem expulsas durante a menstruação, vão em sentido contrário e entram nos ovários ou na cavidade abdominal, podendo se alojar em outras partes do organismo, como trompas, bexiga, intestino e, em casos mais severos, pulmão.

“A endometriose é uma doença que reduz a qualidade de vida das mulheres, pois provoca fortes dores e pode ter consequências mais severas. É importante que o tratamento seja iniciado o mais precocemente possível”, afirma o coordenador da Saúde da Mulher da Secretaria de Estado de Saúde, Edmund Baracat.

Sinais e sintomas
Mulheres com endometriose sentem dores fortes durante o período menstrual, que podem piorar com o passar do tempo. Também sofrem dor ao urinar, evacuar e durante relações sexuais. Em casos mais severos, ocorrem sangramentos intestinais e urinários, podem dificultar a capacidade de engravidar ou até mesmo provocar a infertilidade, devido a alterações do aparelho reprodutor, como obstrução das trompas.

Tratamento
A mulher deve procurar a policlínica de seu bairro, onde será examinada. Havendo a suspeita para endometriose, a paciente é direcionada ao ambulatório especializado no Instituto da Mulher. Após a confirmação, caso necessário, pode ser encaminhada para avaliação cirúrgica no Centro de Referência em Endometriose, Complexo Hospitalar dos Estivadores.

O diagnóstico ocorre mediante avaliação do médico ginecologista, que considera o histórico de sintomas da paciente, realiza o exame ginecológico e a encaminha para exames como ultrassom transvaginal ou, a depender do caso, ressonância magnética.

O tratamento é feito com analgésicos, anti-inflamatórios ou tratamento hormonal, que deve ser prescrito por um especialista.

O Centro de Referência em Endometriose, destinado ao atendimento de casos cirúrgicos da doença, que atende pacientes de toda a Baixada Santista — 60% das vagas são destinadas à Cidade e 40% para os demais municípios.

A cirurgia é feita por videolaparoscopia, considerada ideal para este tipo de tratamento: são realizadas quatro incisões, que variam de meio a um centímetro cada.

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