Leitura

De livreiro a autor: José Luiz Tahan lança livro de crônicas

24/03/2023
Flavio Sampaio

Depois de milhares de exemplares vendidos na Livraria Realejo, o editor José Luiz Tahan estreia como escritor. “Um intrépido livreiro nos trópicos – Crônicas, causos e resmungos” resgata suas histórias ao longo da carreira no mercado editorial. A experiência de mais de 30 anos de atuação lhe dá a base para um caminho que está sempre em movimento. Em suas palavras, o processo da escrita traz um olhar sobre cada segmento da cadeia do livro, sem embrutecer ou achar que ele sabe de tudo. “Tenho a clareza de que sou sempre um aprendiz”.

O contato com a leitura começou na infância, quando sua mãe, que é professora, recebia pacotes de livros em casa. “Fui alfabetizado com histórias em quadrinhos”, relembra. Assim, foi quase natural se candidatar a uma vaga de emprego na extinta Livraria Iporanga, no Gonzaga, aos 18 anos. A ocupação, que garantia o pagamento das mensalidades da faculdade, acabou se transformando em uma história de amor pela Literatura. De vendedor passou a empresário, com a abertura da Livraria e da Editora Realejo, e criador da Tarrafa Literária, um dos principais eventos do setor no Brasil.

As crônicas publicadas em jornais e sites ao longo dos anos, com histórias e situações inusitadas que vive no dia a dia da livraria (como clientes desavisados que querem saber se ele coloca molduras em quadros ou se podem ler o livro e marcar a página para voltar outro dia), se confirmaram interessantes para serem reunidas em uma obra, devido ao sucesso entre os leitores.

“Essa forma de pensar, dividir e registrar, como se fosse um diário, me fazia bem. Eu não fiquei tão empolgado a princípio, mas alguns leitores começaram a me provocar. Eu sei que é um ato de vaidade, mas é a vida de uma livraria de rua. Eu acho que isso tem que ser dividido”.

A editora Vento Leste, escolhida para a publicação do livro, desmonta seu argumento sobre vaidade. “Não publiquei o livro pela minha editora porque queria que alguém olhasse o material com isenção. Eu queria me sentir autor e só me sentiria autor se eu me permitisse ser julgado por alguém”.

Confira entrevista completa com o escritor José Luiz Tahan no Orlaplay. Se preferir, ouça no Spotify.