Longevidade

Freira brasileira é a mais idosa do planeta

19/04/2025 Alceu Nader

Um casal brasileiro, neste mês de abril, passou a fazer parte das supercentenárias e supercentenários – as pessoas que completaram 110 anos de vida – durante o mês de abril. 

Ela, depois de um prolongado segundo lugar na lista por ter nascido um mês depois da recordista anterior, ocupa o topo dos mais velhos do planeta com 116 anos. Gaúcha, Inah Canabarro Lucas completou 116 anos em 8 junho do ano passado. Freira Teresiana, por pertencer à ordem de Santa Teresa de Jesus, irmã Inah estudou no Brasil e no Uruguai e foi professora até aposentar-se. Na juventude, liderou uma banda de música religiosa que percorreu quase todos os países da América Latina. Lúcida e paparicada pelas companheiras de irmandade, sua maior dificuldade é escrever e resistir a um pedaço de chocolate, por pequeno que seja. Mas não gosta de banana. 

Ele, Francisco Ernesto Filho, completou 111 anos no último dia 4 de abril. Nasceu numa fazenda num grotão do sertão nordestino, migrou para Recife, a capital regional, e trabalhou como ascensorista. Migrou para o Rio de Janeiro e fez-se jardineiro. No antigo Distrito Federal de grandes quintais, limpou muitos terrenos. Criou sete filhos e é cuidado por uma das filhas em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

Até bem pouco tempo, a seleção dos mais velhos da Terra era bastante confusa. Muitos dos indicados morriam entre a apuração e a publicação no livro de recordes Guiness, além de fraudes e omissões dos filhos para continuar recebendo a aposentadoria dos pais. Hoje, além dos bancos de dados, duas instituições inglesas e uma norte-americana checam os documentos e recebem fotos dos supercentenários.

No Brasil, a principal fonte que indica os mais velhos do país é o Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2022, foram apontados 37 mil centenários. Desses, apenas 14 eram supercentenários.

Em Santos, eles somam 107 — 91 mulheres e 16 homens. No Residencial Sênior Kosei Home, fundada originalmente para acolher os imigrantes japoneses que desembarcavam na cidade, há apenas uma pessoa entre os 57 residentes – Eku Yokota – com mais de 100 anos. Com sete filhos e 13 netos, além de dona de casa, ela dividia com o falecido marido a administração de uma locadora de barcos e venda de camarões para pescadores do Jardim Casqueiro.