Especialistas da ONU se reúnem em Santos para discutir relatório global do oceano

Cerca de 80 especialistas em oceano de 27 países estão em Santos para debater questões prioritárias sobre o Atlântico Sul e Caribe. As discussões terão o papel de contribuir para a produção do próximo Relatório Global do Estado do Oceano (World Ocean Assessment III ou WOA  III), que será lançado em 2025 pela ONU.

O evento é uma realização da Divisão de Assuntos Marítimos e Direito do Mar das Nações Unidas, em conjunto com o governo brasileiro, e acontece a partir desta quarta-feira (10/5), na Associação Comercial de Santos.

Produzido a cada cinco anos, é a principal fonte de informações científicas sobre o ambiente marinho global, abordando dados sobre biodiversidade marinha, aquecimento e acidificação dos oceanos e elevação do nível do mar.

Confira a programação completa dos workshops.

O próximo relatório global do oceano fornecerá uma visão integrada e atualizada sobre o estado do oceano, considerando os três pilares do desenvolvimento sustentável: econômico, social e ambiental.

Pela primeira vez, o relatório também trará informações e abordagens que para os tomadores de decisão na busca pela sustentabilidade, conservação e restauração do oceano.

“Neste momento, estamos no início de um processo em que os especialistas buscam trazer o melhor conhecimento científico, pensam como integrar o conhecimento indígena e tradicional nesse processo, além de considerar como as questões de gênero e equidade devem ser abordadas. Tudo isso para subsidiar a tomada de decisão sobre o oceano e buscar caminhos em direção à sustentabilidade”, explica Roberto de Pinho, co-coordenador do Grupo de Especialistas global que coordena o processo de elaboração do III WOA.

A programação do workshop para a primeira semana envolve temas de governança oceânica, integração de conhecimento tradicional e científico com a formulação de políticas, como ampliar a diversidade e a participação de jovens na produção do relatório, fortalecimento da interface entre ciência oceânica e política.

“Estamos debruçados sobre como entender o estado global do oceano para poder tomar decisões acerca de políticas públicas para reverter os impactos que temos de  poluição e dos  eventos climáticos. Que o Atlântico Sul e o Caribe possam dar uma contribuição mais ampla para esse documento global, que vai guiar em 2025 as decisões governamentais sobre o futuro do oceano, contemplando  vozes de todos os países da África e da América Latina”, afirma o organizado local do evento, Ronaldo Christofoletti.

Além dos Brasil, outros quatro países receberão workshops neste ano. Em dezembro, em Paris, um simpósio internacional fechará a programação do ano.

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