Saúde e Beleza

“Doutora, minha testa cresceu de tamanho!” Alopecia Fibrosante Frontal

13/06/2022
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A denominada Alopecia Fibrosante Frontal (AFF) caracteriza-se como uma alopecia cicatricial primária linfocítica, de etiologia incerta, especulando-se correlação com fatores genéticos, autoimunidade, dentre outros. No passado, era tida como uma doença da pós-menopausa, porém estudos já descrevem tal acometimento em mulheres mais jovens e no sexo masculino.

O quadro clínico pode apresentar outros comemorativos, como atrofia dos vasos da fronte, lesões hipocrômicas ou vitiligoides no couro cabeludo, descamação peripilar e dermatose rosácea-símile associada a Líquen Plano Pigmentoso.

À dermatoscopia, observam-se áreas brancas cicatriciais com ausência de óstios foliculares, descamação tubular e eritema peripilar, pili torti, além de falta de pelos velos. Apesar das manifestações típicas da AFF, o estudo anatomopatológico se faz necessário para elevar a acurácia diagnóstica.

Segundo a médica especializanda em Dermatologia da SBD/UNILUS, Juliana de Carvalho Delgado, “A cada dia, a queixa de recesso da linha de implantação capilar periférica, associada à alopecia de supercílios bilateral torna-se mais frequente no nosso ambulatório dermatológico especializado em cabelos”.

O tratamento da AFF é desafiador e visa estagnar ou reduzir a progressão da alopecia. Os protocolos terapêuticos preconizam o uso de drogas de uso tópico e oral. São opções tópicas, os corticoides locais ou intralesionais, com bom resultado clínico, os inibidores da calcineurina e o minoxidil 5% loção capilar. Dentre os fármacos orais, são citados os inibidores da 5-alfaredutase, os antimaláricos, os retinoides orais e a doxiciclina. Para casos selecionados, o transplante capilar e o Excimer laser podem ser considerados.

O fato de ser uma alopecia cicatricial reafirma a importância de procurar o médico dermatologista para o diagnóstico precoce e assertivo e a correta introdução da terapêutica mais indicada.

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