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Conheça a trajetória do fundador do Jornal da Orla

07/03/2022
Conheça a trajetória do fundador do Jornal da Orla | Jornal da Orla
No início da década de 70, Clóvis Edward Hazar tinha uma carreira bem sucedida na área de publicidade em São Paulo quando ouviu falar que uma rádio estava à venda em Santos. Procurou o amigo Evandro Torres, também do ramo de publicidade, e sugeriu uma sociedade. Tornaram-se donos da Rádio Cacique de Santos. Um ano depois, em 1973, surgiu a idéia de criar algo inédito na cidade: um jornal semanal de distribuição gratuita focado em entretenimento e serviço, inspirado no modelo do “Shopping News” e do “City News”, que já circulavam na Capital.
Nascia assim o Jornal da Orla, o “filho” que é motivo de orgulho do seu Clóvis, como é conhecido pelos muitos funcionários e jornalistas das últimas três décadas e meia. “Tenho muito orgulho de ter começado o jornal. E o Edison, no comando, com sua ousadia em investir na parte redacional, deu muito certo.” Evandro já faleceu, mas sua filha, Ivana, permanece no jornal, como diretora comercial.
O negócio de Clóvis Hazar é publicidade e a intenção primeira foi ganhar dinheiro com um jornal recheado de anúncios. “E durante bom tempo ganhamos, tínhamos todo o varejo na mão, grandes lojas como Sears, Tamakavi, Arapuã, Bahia, anunciavam com a gente toda semana. O jornal ia para as ruas com 44 páginas normalmente.”
Segundo Clóvis, não foi difícil conquistar a confiança do comércio local. “Tínhamos os exemplos bem sucedidos dos semanários de São Paulo”. Ele e Evandro arregaçaram as mangas e foram atrás dos anunciantes. A primeira edição saiu com 50 mil exemplares. Difícil foi a distribuição. Os dois eram de São Paulo e contrataram uma empresa da Capital, que não conhecia a cidade, para o serviço. Parte do material encalhou. Aprenderam rapidamente a lição e, já no segundo número, o jornal era distribuído por gente daqui.
A primeira redação ficava no centro da cidade, mas nada era feito em Santos. O material era frio, genérico, comprado de agências de notícias. Alguns jornalistas de São Paulo chegaram a escrever usando pseudônimos, conta Clóvis. O jornal era editado e impresso na gráfica dos Diários Associados, depois passou por gráficas do interior, até se acertar com a gráfica do jornal O Estado de S. Paulo.
A guinada na proposta editorial do jornal se deu com a entrada de Edison Carpentieri, acredita Clóvis Hazar. “Ele, que durante muitos anos atuou como editor, foi quem me convenceu a valorizar também a parte redacional.” Atualmente, o Jornal da Orla apresenta característica de jornal-revista, leve, tratando de política, saúde, moda, comportamento, serviços, turismo e mais. “O jornal conquistou o público leitor e tornou-se uma mídia obrigatória para o anunciante”, afirma.
Pai de duas filhas que lhe deram quatro netos, hoje, aos 77 anos, Clóvis se deu o direito à aposentadoria. Há dois anos casou-se com Jandira, 65, e a família aumentou, agregando os cinco filhos e cinco netos dela. Ele se diz feliz e de bem com a vida, e seu semblante risonho e tranqüilo não nega isso. Divide seu tempo entre Santos, Campos do Jordão e o sítio que possui em Botucatu, mas não abre mão de acompanhar toda semana os passos de seu “filho quase quarentão”.