Até alguns anos atrás, a política era feita nas ruas, nos comícios, na TV e nas rádios. O político tinha que mostrar a cara, mesmo através de mentiras, com maquiagens, com promessas que jamais seriam cumpridas. Mas tinham que ser ditas, ouvidas e vistas. Hoje sentimos saudade desse tempo.
Os políticos viraram personagens do filme de James Cameron. Incorporam um Avatar que nada tem a ver com a realidade. Só existem no mundo virtual, aquele das redes sociais. Não são diferentes dos tais Influencers, gente que ou mostra a bunda ou ensina as pessoas a serem como eles. Fazem propaganda em troca de permutas e dinheiro e mesmo que todos saibam que aquilo é pago, fazem igual.
Isso virou profissão e invadiu a política. Os candidatos não vão mais à feiras livres, não andam nas ruas, apenas gravam incessantemente filmetes de 1 minuto e postam alucinadamente. Isso agora é a forma inteligente de fazer campanha política. Sem gráficas, sem equipes de campo, sem corpo a corpo. Basta editar entrevistas e vídeos curtos, montando uma boa equipe de marketing digital, que agora custam uma fortuna. Não se iluda com o discurso de que isso barateou a campanha eleitoral. É muito mais caro que santinhos e peruas para levarem gente contratada para distribuir santinhos. Comitês agora são digitais.
O problema não são os políticos, mas o idiota que acredita que exerce um direito constitucional. Ele não sabe em quem vota, só conhece um personagem. É como aquele que acredita que Xitãozinho e Xororó compuseram Evidências. Como quem acha que Che Guevara disse aquela frase idiota que orna as camisetas em eventos de esquerda. Che era homofóbico, violento e intolerante. E Evidências foi composta por Zé Augusto e Paulo Sergio Valle.
Mas a ignorância se tornou uma benção.
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