Política & Conversa

Amadorismo Político

20/01/2024

Alguns políticos que se elegem em cima de um trabalho bem feito nas redes sociais e na mídia não conseguem traduzir seu potencial eleitoral com o trabalho político. Há pouco tempo assistimos um ex-Vereador ( o mais votado em sua última eleição municipal ) que se elegeu Deputado Estadual e liderou as pesquisas para Prefeito em sua cidade, fazer acordos e encerrar sua carreira política prematuramente. Foi cioso de suas limitações e de que era impossível enganar a todos por todo o tempo. Da mesma forma a Deputada Estadual que foi para o segundo turno em São Vicente caminhava para se tornar uma liderança regional brilhante e sucumbiu à tentação de se aliar ao seu adversário e costurar acordos em todas as cidades que pôde. O destino do Deputado Estadual citado no início não é um caso isolado e pode se repetir.

A Deputada Federal e pré-candidata a Prefeita de Santos enfrenta a realidade da falta de conteúdo em uma eleição bem diferente da proporcional que ganhou 2 vezes. Uma eleição majoritária expõe as fraquezas e falta de argumentos. Acreditar que o apoio de um ex-Presidente e uma ex-Primeira Dama bastam é sonhar demais. Garantem o segundo turno mas não bastam para vencer. Não há trabalho para mostrar além da Ponte dos Barreiros ( obra realizada pela metade ). Votos polêmicos ( alguns negados pela própria Deputada ), ausência de projetos e discurso baseado em apropriação de idéias alheias não lhe garantem posição confortável.  Entrou na política no PSB e foi parar no PL. Foi apadrinhada por Márcio França e acabou pupila de Bolsonaro. Carreira política se constrói, não se concebe pronta. João Dória aprendeu isso em 6 anos. Escolhas desastrosas e apressadas enterraram uma carreira política que podia ter sido brilhante. A política não é mesmo para amadores.

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