Saúde e Beleza

Alopecia de tração

23/05/2022
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Por definição, a alopecia de tração corresponde à perda de fios de cabelo, principalmente na linha de implantação do couro cabeludo, devido à tensão recorrente e prolongada. “Ocorre com uso contínuo de penteados apertados (por exemplo, rabo de cavalo, trança e coque de bailarina justos), além da aplicação de megahair. Vale lembrar que os prejuízos podem ser agravados pelo emprego de alisamento químico nos cabelos”, alerta a Dra. Juliana de Carvalho Delgado, residente do primeiro ano de Dermatologia da Fundação Lusíada, na entrevista concedida. Essa doença pode ocorrer em qualquer indivíduo, sendo mais frequente no sexo feminino e em afrodescendentes, devido à fragilidade dos fios e à prática cultural de penteados, que culminam em tração e, consequente, quebra do cabelo.

Dentre os primeiros sinais desse tipo de alopecia, encontram-se o eritema (vermelhidão), a sensação de queimação e as pústulas (lesões semelhantes a “espinhas”) no couro cabeludo. Ao exame médico, observa-se rarefação, afinamento e encurtamento dos fios, sendo o local acometido dependente do tipo de penteado ou acessórios usados com frequência. A região de barba também se mostra susceptível à alopecia de tração.

O diagnóstico é feito por meio de história clínica e exame físico, auxiliado pela tricoscopia (observação do couro cabeludo, utilizando lente de aumento específica) e, quando necessárias, biópsia e análise anatomopatológica. O tratamento inclui invariavelmente a interrupção de práticas capilares que envolvam tração e, se indicados, tratamento orais ou tópicos, como corticoides, minoxidil e antibióticos.

O atendimento especializado com o médico dermatologista é essencial, uma vez que a perda de cabelo (alopecia) pode ser consequência de diversos transtornos, tanto orgânicos quanto mecânicos. O diagnóstico assertivo permite a introdução da terapêutica de forma mais precoce e a redução de possíveis efeitos irreversíveis.

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