Notícias

Vacinação teria evitado 480 mil mortes por covid-19

09/10/2021
Vacinação teria evitado 480 mil mortes por covid-19 | Jornal da Orla

O Brasil atingiu nesta sexta-feira (8) a marca de 600.077 mortos por covid-19. O epidemiologista Pedro Hallal, da Universidade Federal de Pelotas, afirma que 480 mil destas mortes poderiam ter sido evitadas, caso o governo federal tivesse tomado outra postura no enfrentamento da pandemia, principalmente a aquisição de vacinas. 

O número de mortes por covid-19 cai drasticamente à medida que a população é vacinada. 12 de abril de 2021 foi o dia que registrou o maior número de mortes por dia: a média móvel foi de 3.124 óbitos, totalizando 355 mil falecimentos por Covid-19. Nesta data, o Brasil tinha apenas 3,49% totalmente imunizada e 11,2% com a primeira dose.

Até quinta-feira (7), 45,5% dos brasileiros haviam sido totalmente imunizados e 69,7% receberam a primeira a dose. No mesmo dia, a média móvel de mortes foi de 438. 

No ano passado, o presidente Jair Bolsonaro recusou a oferta de 400 milhões de doses de vacina, questionado a eficácia delas: a Coronavac era a “vachina” e a Pfizer poderia transformar a pessoa em jacaré. 

Ao mesmo tempo, o presidente preferiu defender o uso de medicamentos comprovadamente ineficazes no tratamento da Covid-19 — hidroxicloroquina, cloroquina e ivermectina, entre outros. 

Campeão mundial
Este ano, morreram 405 mil brasileiros por covid-19 —mais do que o número de mortos nos Estados Unidos (que tem 329 milhões de habitantes), Índia (que tem 1,3 bilhão de habitantes) e os 27 países da União Europeia somados (738 milhões de habitantes).

Subnotificações
A organização Vital Strategies estima que o número de subnotificações de mortes por covid-19 é de 30%. São óbitos por “Síndrome Respiratória Aguda Grave” mas não atribuídos à Covid-19. O cenário pode ser mais trágico ainda se considerar que a prática adotada na Prevent Sênior, de adulterar prontuários médicos e omitir informações em atestados de óbito, ter sido feita em outros hospitais do Brasil.