Meio Ambiente

Preservação depende de mudanças na cabeça de cada um

05/06/2021
Preservação depende de mudanças na cabeça de cada um | Jornal da Orla

Se cada habitante da Terra tivesse o mesmo padrão de consumo do cidadão dos Estados Unidos, seriam necessários 4,5 planetas para suprir todos. Evidentemente, o mundo não é capaz de repor todos seus recursos na mesma velocidade em que são consumidos.

O ritmo e quantidade do que cada terráqueo consume interferem diretamente no nível de preservação ambiental e, por ser uma via de mão dupla, na qualidade de vida que cada um leva.

O melhor termômetro para se medir o nível de consumo é a quantidade de lixo produzido por cada um. Nos EUA, cada morador gera 760 quilos de detritos por ano; já no Brasil a média é de 373 quilos por brasileiro — mais de um quilo por dia.

A maior parte é de embalagens, produtos considerados obsoletos e alimentos não consumidos. Ou seja, desperdício.

Portanto, a preservação ambiental passa obrigatoriamente pela mudança de comportamento individual. 
 

 

– Evite as compras por impulso. Diversos estudos, como a da Universidade de Cornell, indicam que as pessoas tendem a comprar mais do que precisam se forem às compras com fome (e não apenas gêneros alimentícios).

– Use ao máximo os alimentos. Talos, folhas, sementes e cascas (que possuem alto valor nutritivo) podem ser utilizados em diferentes receitas.

– Evite alimentos exageradamente industrializados, principalmente os ultraprocessados. Além de serem menos saudáveis, exigem grande quantidade de água, energia e aditivos para serem fabricados. 

– A panela de pressão é útil para cozinhar feijão, carnes e legumes mais rápido e reduzir o consumo de gás em até 70%.

– Cogite adquirir produtos orgânicos. São mais nutritivos, saborosos, livres de aditivos químicos como pesticidas e sua produção gera menos impactos nos ambiente onde são produzidos, como desmatamento, poluição do solo e do lençol freático, morte de espécies importantes para o equilíbrio do ecossistema. Os orgânicos são mais caros que os itens produzidos tradicionalmente, mas seus preços tendem a diminuir quanto mais aumentar o seu consumo —é a tal economia de escala.

– Repense o consumo de carne bovina. A pecuária é um dos setores que mais impacta o meio ambiente no Brasil, pois exige grandes áreas e água. Cada quilo de carne exige o gasto de 15,5 mil litros de água. Pesquisa do Ibope em 2019 revela que o número de vegetarianos no Brasil dobrou, em seis anos, chegando a 29 milhões de pessoas. Quem considera excluir a proteína animal radicalmente do cardápio deve prestar atenção em iniciativas como a Segunda-feira sem Carne, já adotadas em redes de ensino de diversas cidades brasileiras.

– Reaproveite sobras de alimentos. O arroz branco de hoje pode ser o arroz à grega de amanhã.

– Fique atento à obsolência programada. Avalie se realmente precisa trocar eletroeletrônicos e eletrodomésticos. Muitas empresas utilizam como estratégia de convencimento o argumento de que o equipamento que você usa, embora funcione corretamente e atenda suas necessidades, está “ultrapassado”.

– Racionalize o consumo de água. Diferente de racionar, o uso inteligente de água inclui banhos menos demorados, lavagem de louças e roupas mais eficientes e evitar desperdício em tarefas como lavagem de quintais e veículos. Verifique encanamentos e torneiras, para evitar vazamentos e gotejamentos.

 – Revise o consumo de energia. Verifique as instalações elétricas, principalmente fios, substitua as lâmpadas incandescentes por fluorescentes ou de LED (consomem 75% menos energia e duram mais), use o ar condicionado quando realmente for necessário, organize o uso da máquina de lavar roupas (coloque a capacidade máxima indicada pelo fabricante, em vez de peças avulsas), verifique a borracha da geladeira, para garantir a vedação, e evite abrir e fechá-la toda hora; programe a passagem das roupas, para otimizar o ferro elétrico.

– Evite o uso de descartáveis. Em vez de copos de plástico ou isopor, prefira tomar café numa xícara de cerâmica ou vidro. Leve sua própria sacola para trazer as compras do mercado, em vez de sacolas plásticas. 

– Separa o lixo para reciclagem. Papel, vidro e plástico podem ser reaproveitados. 

– Descarte nos locais adequados itens como baterias, remédios, óleo de cozinha, pneus, entulhos de obras. 
– Considere comprar no seu bairro. Além de fortalecer a economia local, reduz deslocamentos e, consequentemente, consumo de combustível e emissão de poluentes.

– Quando possível, desloque-se a pé.

– Cogite a possibilidade de usar o transporte coletivo ou o compartilhamento de viagens (carona).

– Ao escolher um produto, leve em conta a consciência ambiental da empresa: se ele atua com processos sustentáveis, desenvolve projetos de responsabilidade social e se oferece política de logística reversa (facilita o descarte dos materiais que produz, como pilhas).

–  Incentive as crianças a adotarem o consumo responsável. E a melhor maneira é dando o exemplo.