Para evitar a transmissão da Covid-19 no ambiente hospitalar e manter leitos livres para atender os pacientes infectados pelo novo coronavírus, o Ministério da Saúde suspendeu em meados de março as cirurgias eletivas (que não são consideradas de urgência ou emergências).
Porém, a resolução Nº 1/2020, publicada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), mostra que pacientes portadores de doenças graves ou crônicas, como a obesidade e o diabetes, precisam de tratamento e a sua postergação pode resultar no aumento da morbidade e da mortalidade decorrentes do Covid19, caso os pacientes venham a contrair o vírus.
Entre as recomendações, o CFM orienta que as cirurgias devem ser feitas, preferencialmente, em instituições que tenham fluxo de atendimento independente do atendimento aos casos de Covid 19, com salas cirúrgicas isoladas e ambiente controlado, além da priorização de pacientes com quadros e comorbidades mais graves que devem ter seus procedimentos mais acelerados. Orienta ainda que no pré-operatório sejam adotadas estratégias de triagem de possível contato dos pacientes com portadores da Covid-19 e realização de testes de diagnóstico.
Em casos de sintomas respiratórios, febre ou suspeita clínica de infecção pelo coronavírus, a cirurgia deve ser adiada. Já no pós-operatório, o CFM recomenda que os critérios para a alta do paciente devem ser os mesmos do período anterior à pandemia e sugere que as di sponibil izem assistência nutricional, clínica e psicológica remota – via telemedicina – para auxiliar no distanciamento social sem comprometer o acompanhamento.
Obesidade é doença
Segundo o cirurgião bariátrico Joaquim Guimarães Neto, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, além de todos os riscos que a obesidade ocasiona, como por exemplo diabetes e hipertensão, neste período de pandemia observamos chance de um desfecho negativo quatro vezes maior quando o paciente obeso é acometido de covid-19.
“A obesidade provoca uma restrição pulmonar, pois a gordura que envolve o tórax faz com que o pulmão fique mais restrito e não tenha troca gasosa, Isso sem contar que o paciente obeso, que é acometido por coronavírus, desencadeia uma exacerbação da resposta inflamatória com piora do quadro”.