Pessoas que se autointitulam “progressistas” estão torcendo o nariz para a participação do youtuber Felipe Neto no programa Roda Vida, da TV Cultura. Estas mesmas autoconsideradas “mentes privilegiadas” já haviam zombado da sincera, mas digna, ignorância da cantora Anitta durante conversa dela com a cientista política Gabriela Priolli no Instagram.
Depois, estas “mentes privilegiadas progressistas” não entendem como é possível o presidente Jair Bolsonaro ter 30% de avaliações ótimo ou bom em praticamente todas as pesquisas de opinião, falando e fazendo tantas barbaridades.
Assim como é verdade que Bolsonaro retirou do armário uma legião de facínoras (racistas, machistas, homofóbicos, eugenistas etc), também é verdade que existe uma grave falha de comunicação entre os tais “progressistas” e uma parcela significativa da população.
Mas isso não ocorreu de uma hora para outra. Faz tempo que os tais intelectuais vêm desdenhando de manifestações de grande impacto popular: o funk, a música sertaneja, o Big Brother Brasil e os cultos evangélicos, por exemplo. Em vez de entender e dialogar com estes públicos, preferiram menosprezá-los e humilhá-los. Resultado: jogaram as pessoas no colo dos adversários —justamente os detendores de discursos reacionários.
Não se trata de defender partidos “de esquerda” e sim de defender a civilidade, inclusive os partidos com posições “liberais na economia e conservadoras nos costumes”. E a melhor maneira é estabelecer uma comunicação eficaz com os públicos de Felipe Neto, Anitta, Pablo Vittar, sertanejos, funkeiros, pastores neopentecostais…