Segundo o infectologista David Uip, Coordenador do Centro de Contingência do Covid-19, a taxa de letalidade da doença já aumenta a partir dos 50 anos. Os idosos, então, precisam de mais atenção no que diz respeito à orientação, prevenção e tratamento. “Estamos focando na população mais vulnerável ao coronavírus. É muito difícil haver complicações graves em pacientes abaixo desta faixa etária”, diz Uip.
Diante do avanço da pandemia, o Governo Federal antecipará a parcela do 13º salário dos aposentados e, também, suspenderá a prova de vida do INSS. Segundo David Uip, é importante que as pessoas da terceira idade já comecem a evitar locais muito cheios e aglomerações.
Os sintomas que sinalizam mais atenção são tosse e falta de ar que, com o passar dos dias, vão piorando. “É da natureza do ser humano que a partir dos 65 ou 70 anos a imunidade vá decrescendo. Por isso, genericamente falando, é interessante que os idosos recebam as vacinas específicas para essa faixa etária – gripe, pneumonia, herpes zoster e tétano. Isso vai fortalecer o sistema imunológico de maneira geral”, orienta a infectologista Ricardo Leite Hayden, de Santos.
“Os idosos, que hoje são pessoas com mais de 75 anos, devem ser acompanhados. Sou favorável que façam consultas regulares ao geriatra, mas a parte nutricional é realmente muito importante. Além dos limites que o idoso deve ter relacionados ao excesso de açúcar, comorbidades e doenças crônicas, que devem estar sob controle, principalmente diante de uma pandemia, vale muito a supervisão de um médico nutrólogo ou nutricionista, ressalta Hayden. “A nutrição adequada é fundamental para manter a imunidade em ordem. E, na terceira idade, é importante valorizar um cardápio rico em proteínas, desde q ue a fun ção renal do paciente esteja normal (a sobrecarga proteica pode criar problemas para pacientes com deficiência renal”.
Perdas com a idade
Com o passar dos anos, órgãos como coração e pulmão também vão ficando mais fracos. E, mais do que nunca, os idosos que sofrem de doenças crônicas, como pressão alta ou diabetes, devem tomar os medicamentos que controlam o problema. Conforme estudo do Centro para a Prevenção e Combate a Doenças da China, a taxa de mortalidade do coronavírus (Covid-19) avança conforme a idade. Enquanto entre 0 a 49 anos ela não passa de 1%, entre 50 e 59 fica em 1,3%. Já entre 60 e 69 vai para 3,6%, e, dos 70 aos 79, sobe para 8%. Após os 80 anos, chega a 14,8%. “Quanto menos pessoas idosas e com doenças crônicas forem contaminadas, menos usaremos os serviços hospitalares”, afirmou o ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta.
Sarcopenia, que é a perda de massa muscular, também é um problema do idoso que leva à falta de autonomia. “É preciso que ele se exercite sob orientação e conforme seus limites. “Isso também vai proporcionar mais força e agilidade”, ressalta o infectologista Ricardo Hayden.
Quem nunca fez exercício na vida, ou seja, não tem memória muscular e nem noção do que pode praticar, deve ser muito bem acompanhado por médicos geriatra, ortopedista ou um fisiatra, além do educador físico que vai orientar sobre os exercícios compatíveis com a faixa etária e a evolução de cada um. Cuidar da parte hormonal e passar por avaliação cardiológica também é importante em um momento em que o avanço do vírus é progressivo.
E com esse novo vírus da gripe se espalhando dessa forma, a higiene das mãos virou regra básica para todo mundo. O método mais efetivo é com água e sabão mesmo, segundo os especialistas. Já o álcool gel com concentração de 70% também é um forte aliado para evitar contaminação.
Por ser envolvido por uma camada gordurosa, o vírus não sobrevive por muito tempo fora do corpo humano. A estimativa feita com base em outros vírus similares, é de que ele dure de seis a 24 horas dependendo da temperatura e umidade do ambiente e do tipo de superfície.
Vale lembrar que, embora as pessoas mais idosas e com outros problemas de saúde estejam mais vulneráveis às complicações graves relacionadas ao coronavírus, a grande maioria dos infectados desenvolve sintomas leves e pode se recuperar em casa sem grandes complicações. Alguns, aliás, nem chegam a procurar ajuda médica, já que não desenvolvem sintomas.
