Distensão abdominal, flatulência e alteração no trânsito intestinal podem sinalizar uma reação do organismo a algo que consumimos. A palavra da moda na nutrição hoje em dia é a dieta low FODMAP, que restringe alimentos fermentativos. O nome vem da sigla em inglês que significa oligossacarídeos, dissacarídeos, monossacarídeos e polióis fermentáveis. Para traduzir ainda mais: “São carboidratos fermentativos (frutanos, galactose, lactose, frutose e álcoois de açúcar) presentes na nosso cardápio, em alimentos como alho, cebola, leguminosas, maçã, pera, leite, iogurtes, pães, massas à base de trigo, entre outros”, alerta a nutricionista Tatiana Pimentel, especialista em Nutrição Funcional.
A explicação é que esses alimentos podem desencadear tais desconfortos em algumas pessoas. “Normalmente, esses pacientes já apresentam alguma alergia alimentar, como intolerância a leite e derivados, grãos e glúten”.
Isso não significa, claro, que é sempre necessário retirar todos os alimentos com a dieta FODMAP. “É importante que o profissional avalie a sensibilidade de cada um para tal restrição. Temos que ter cuidado para não excluir nenhum grupo alimentar. Caso uma fruta seja rica em FODMAP, a ideia é trocar por outra com menor teor, ou até mesmo recomendar o consumo em menor quantidade”.
Por ser uma dieta restritiva, que diminui o conteúdo de fibras na alimentação e, consequentemente, pode levar à diminuição da diversidade de bactérias no intestino, é essencial que ela seja utilizada como uma estratégia, ou seja, com tempo para acabar. Depois de um período, é importante retornar com os alimentos evitados, de acordo com a tolerância individual do paciente. “Por isso que deve ser uma medida de rotação: retiramos os alimentos, melhoramos a microbiota intestinal (chamada antigamente de flora intestinal) e aos poucos vamos descobrir quais alimentos vão ser tolerados ou não pelo paciente”.
A dieta low FODMAP em pacientes com Síndrome do Intestino Irritável – problema que causa reação inflamatória nos intestinos –, provocando sintomas como dor, inchaço abdominal, excesso de gases e períodos de prisão de ventre ou diarreia – é recomendada por duas a no máximo oito semanas. “Mas qualquer pessoa pode sentir desconforto ao consumir esses alimentos. É preciso ter consciência de como são os sintomas, em qual momento do dia eles acontecem, se tem relação com algum item específico do cardápio, para então fechar o diagnóstico”, adverte a nutricionista.
Uma microbiota saudável contribui não só para o bom funcionamento do intestino, como para o metabolismo, imunidade e até para a saúde mental.
Agora aquela dica de ouro que vale para todo mundo que costuma abusar nos fins de semana. “Evite alimentos que sobrecarreguem o fígado, como bebidas alcoólicas, frituras, consumo excessivo de carne vermelha e de açúcar. Por outro lado, aposte na hidratação com sucos detox – à base de couve, abacaxi, hortelã, gengibre e linhaça -, além de chás verde, de hibisco, cavalinha e hortelã”, recomenda Tatiana Pimentel.
.