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Carlos Pires de Campos: chr39A crise me fez crescerchr39

31/08/2019
Carlos Pires de Campos: chr39A crise me fez crescerchr39 | Jornal da Orla

Carlos Eduardo Pires de Campos é biomédico há 30 anos, delegado regional do Conselho de Biomedicina para a Baixada Santista desde 1995 e está concluindo doutorado em saúde pública na Argentina. Aos 51 anos, o santista está à frente de seis laboratórios de análises clínicas espalhados pelo Brasil. A seguir, ele fala um pouco sobre a sua área de atuação e conta como manter esse crescimento nos negócios em tempos de crise.

 

Há quanto tempo resolveu empreender?
O Laboratório de Análises Clínicas Cellula Mater vai fazer 27 anos. A primeira unidade foi fundada dia 27 de outubro de 1992, em São Vicente. Depois, viemos para Santos e começamos a inaugurar outras filiais pelo Brasil. Hoje, o Grupo Pires de Campos possui seis laboratórios. 

 

Onde ficam as outras unidades?
Temos o Biolab, em São Paulo, o Instituto de Biomedicina do ABC, em São Caetano do Sul, o Lacip – Laboratório de Análises Clínicas do Interior Paulista, com sede em Cabreúva, o Laboratório Exame Já, em Santo André e em Maceió (AL), e, por último, veio o Labpoc, especializado em point of care, que realiza exames com resultados imediatos. 

 

Está com alguma novidade em algum desses pontos de atendimento?
Várias. A partir de setembro, o Laboratório Cellula Mater vai lançar o serviço Lab Express, onde os resultados de cerca de 10 exames podem ficar prontos em 20 minutos. Entre eles estão o hemograma, a glicemia e alguns testes de enzimas cardíacas que podem indicar se a pessoa está infartando, por exemplo. Também oferecemos 15 tipos de check-ups direcionados. Entre eles, o masculino, o feminino, o específico para atletas, o sexual, o direcionado para gestante e para quem fez operação bariátrica.

O Cellula Mater está dentro de algum hospital da região?
Sim, estamos no Hospital São Lucas, no complexo hospitalar do Hospital dos Estivadores, no Infantil Gonzaga e no Hospital Frei Galvão. Temos pequenos laboratórios montados dentro desses prontos-socorros, que funcionam 24 horas, sete dias por semana. Ou seja, além da minha CTO – Central Técnica Operacional – instalada em cada instituição, mantemos esses laboratórios capazes de liberar os resultados dos exames em até duas horas.

 

Como você consegue administrar tantas empresas em regiões diferentes?
Abri a empresa com a expertise sempre voltada para análises clínicas. Em 1997, minha irmã, Maria de Fátima Pires de Campos, se integrou a nós após ter sido minha aluna no Centro Universitário Lusíada. Em 2001, montamos o Instituto de Biomedicina do ABC, na Beneficência Portuguesa de São Caetano do Sul, que existe até hoje e está sob a responsabilidade da minha esposa, Melissa Rubira Pires de Campos. É ela que cuida também da Biolab. Assim, vamos nos dividindo.

 

Acha que, de maneira geral, as pessoas estão fazendo exames com a frequência correta?
Os exames feitos em laboratório não servem só para o diagnóstico de doenças. Eles fazem parte da medicina preventiva, ou seja, possibilitam o diagnóstico precoce de uma eventual doença. 

Muitas pessoas não conseguem mais manter o plano de saúde e acabam deixando de fazer os exames obrigatórios de rotina?
Sim, muitas deixam de fazer o exame pelo preço, sem nem saber que eles são de fácil acesso. Um hemograma, por exemplo, custa menos de R$ 20,00. Já o teste de glicemia, que diagnostica diabetes, sai por cerca de R$ 10,00. 

 

Qual o exame mais procurado atualmente?
Estamos com uma novidade que vem despertando o interesse de muita gente. O teste de intolerância alimentar é capaz de testar 216 alimentos no paciente. Trata-se de uma das novidades do Laboratório Cellula Mater. Trabalhamos ainda com a nova tecnologia em diagnóstico neonatal. O teste da bochechinha, por exemplo, consegue detectar mais de 280 tipos de doenças tratáveis em crianças com até 120 dias de vida. É um teste importantíssimo e complementar ao do pezinho, só que feito com o muco da boca.  

 

Você se projetou muito em tempos difíceis. A que você atribui esse crescimento da Cellula Mater?
A crise me fez crescer. Em São Paulo, perto de 30% das pessoas perderam seus planos de saúde e, com isso, meu movimento caiu muito. A partir daí, resolvi aparecer mais e a investir em publicidade. Quis mostrar quem eu sou e divulgar a seriedade do meu trabalho, assim como nossas inovações. 

 

Como foi que descobriu seu gosto pela biomedicina?
Sempre gostei de fazer pesquisas e meu pai, já falecido, me recomendou fazer curso de Biomedicina. Comecei a faculdade em 1986. Só havia sete faculdades de biomedicina no Brasil. Optei pela cidade de Araras. Estudava em período integral e me apaixonei por essa área de atuação. Não me vejo fazendo outra coisa. 

 

Tem algum hobby?
Adoro viajar e também gosto de vinhos, estudo enologia. Já fiz cursos na Argentina e na França. Também gosto muito de passear com minha família. Fui pai aos 43 anos. Tenho a Maria Luiza, de 8 anos, e o Carlos Eduardo, de 6 anos. 

 

Você investe em algum projeto social?
Hoje temos cerca de 140 colaboradores na Baixada Santista. O grupo todo emprega por volta de 300 pessoas. Nos últimos dois anos estamos participando de eventos e patrocinando vários esportistas como a Vanessa Cristina, que é paratleta, além do time de handebol feminino do Santos, o Cícero Hulk, lutador de MMA, e a surfista Gabi Muntaner. Fizemos ainda uma campanha em março deste ano em que disponibilizamos testes de glicemia para 218 mulheres. Dessas, 58 eram diabéticas e não sabiam. Vamos fazer outra ação de setembro a dezembro. Todo mundo que tiver que tirar RG novo, vai precisar de tipagem sanguínea. O Cellula Mater estará disponibilizando gratuitamente esse exame nas unidades da Av. Bernardino de Campos, 50 e de São Vicente – Rua Visconde de Tamandaré, 499.

 

Você persegue a excelência?
Sim, claro! Os exames da Cellula Mater hoje são aprovados pelo controle de qualidade da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas. Temos o certificado de excelente nos últimos 10 anos. É importante fazer o que sabemos fazer da melhor forma possível.
 

 

 

Foto: Tatiana Aguena