Apesar da divulgação de conversas mantidas com procuradores quando ainda era juiz, o ministro da Justiça e Segurança, Sergio Moro, continua tendo o apoio de uma parcela significativa da população —notadamente aqueles que odeiam Lula, o PT e similares.
As conversas trocadas por intermédio do aplicativo Telegram, obtidas pelo site The Intercept Brasil e analisadas por um pool de veículos de imprensa (Folha de S. Paulo, revista Veja, Band News FM, Correio Braziliense e El País) deixam claro as relações inadequadas, para dizer o mínimo, entre o então juiz e procuradores da Lava Jato.
Na sexta-feira, a revista Veja publicou reportagem mostrando que Moro deixou de lado a imparcialidade e atuou ao lado da acusação. “Foram analisadas 649.551 mensagens. Palavra por palavra, as comunicações examinadas pela equipe são verdadeiras e a apuração mostra que o caso é ainda mais grave”, diz a reportagem.
Apurações realizadas pelo próprio The Intercept, a Folha de S. Paulo e a Band News FM chegaram à mesma conclusão. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), ministros do Supremo Tribunal Federal, juristas… a postura de Moro enquanto juiz foi fuzilada.
Sensacionalismo
Em sua defesa, Moro destaca que o material foi obtido de forma ilegal, busca colocar em dúvida sua autenticidade, classifica a divulgação como “sensacionalismo” e tenta emplacar a ideia de que quem condena sua postura é, na verdade, contra a Lava Jato e a favor da corrupção.
Até debaixo d´água
Boa parte dos defensores de Moro continuam a apoiá-lo. Entre eles, o ex-juiz é igual massa de pão: quanto mais apanha, mais cresce. Afinal, foi o responsável pela condenação de Lula e, consequentemente, sua retirada da disputa presidencial, assim como de diversos outros políticos poderosos. Para eles, Moro é um mito, assim como Jair Bolsonaro.
Foto: Lula Marques/Fotos Públicas