Jair Bolsonaro se elegeu presidente empunhando como principal bandeira a questão da segurança. Mas, ironicamente, várias medidas anunciadas nestes cinco primeiros meses de governo indicam que, na prática, ele engatou um imensa marcha a ré.
Além da flexibilização da posse de armas, criticada pela maioria dos especialistas no assunto, Bolsonaro defende mudanças colocam em risco os brasileiros, de diversas formas.
Agrotóxicos- Em apenas quatros meses, o governo Bolsonaro liberou o uso de 166 defensivos agrícolas que são proibidos em outros países. E quem reclama deste “liberou geral” não são os ambientalistas “ecochatos”, mas gente como os apicultores do sul do país, que verificaram a morte de meio bilhão de abelhas por conta do uso de um defensivo usado em plantações de trigo e soja. Ou os produtores de vinho das Serras Gaúchas, que estão vendo o uso do inseticida Finopril, aplicada em plantações de soja, comprometer a cultura de uvas viníferas.
Trabalho- Bolsonaro também anunciou o fim de 90% das Normas Regulamentadoras (NRs) de segurança e saúde no trabalho. O Ministério Público do Trabalho (MPT) teme que as mudanças vão resultar em mais acidentes, matando e deixando brasileiros incapazes para o trabalho e, consequentemente, tornando empresas menos produtivas.
Trânsito- Especialistas em segurança no trânsito são praticamente unânimes em cravar que as mudanças propostas por Bolsonaro vão resultar em mais acidentes e mortes nas ruas e estradas brasileiras. Do fim do exame toxicológico para motoristas profissionais à desobrigatoriedade do uso da cadeirinha para crianças, passando pela retirada de radares, o pacote que o presidente entregou pessoalmente ao Congresso tem tudo para provocar mais vítimas no catastrófico trânsito nacional.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil