Como comediante Dias Toffoli seria um excelente presidente da Suprema Corte. O presidente do STF declarou na quinta-feira que a decisão de seu colega Alexandre de Moraes de censurar o site o Antagonista e a revista digital Crusoé não foi censura. “Querem atingir o STF, por isso temos de ter defesa. O que está em jogo é a proteção da Corte como instituição”, afirmou.
O ato que censurou os dois veículos determinou a retirada do ar da reportagem intitulada “o amigo do amigo do meu pai”, na qual Marcelo Odebrecht faz uma citação genérica ao nome de Dias Toffoli. Nada comprometedor, mas o presidente do STF pediu que o colega determinasse a censura. Foi um tiro no pé e outro na Constituição, que Toffoli deveria ser um dos guardiões.
Péssima repercussão
A repercussão da medida foi péssima. Afinal, cabe ao STF garantir a Constituição, jamais fazer o contrário. Deputados, senadores e diversos setores da sociedade criticaram a ação intempestiva do STF. O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, afirmou: “Eu já declarei que considero que foi um ato de censura”. Para Mourão, “o bom senso não está prevalecendo”. A ação desastrada da dupla Toffoli/Moraes só serviu para desgastar ainda mais a já desgastada imagem do STF. Enfim, mais um desserviço para a jovem democracia brasileira.
