Apesar de ter saído da prisão por uma decisão do desembargador Antonio Ivan Athié, o ex-presidente Michel Temer não terá vida fácil daqui para frente. Aos 78 anos de idade, o político que foi o manda-chuva do antigo PMDB por longos anos, responde a vários processos na Justiça por corrupção e lavagem de dinheiro. Ele é acusado de ser o chefe do chamado “quadrilhão do MDB” e acusado de ter recebido para si e para seu grupo político cerca de R$ 1,8 bilhão em propinas. Temer nega todas as acusações. Seu advogado, Eduardo Carnelós criticou a ação que culminou com a prisão do ex-presidente: “O que foi feito foi um escracho, foi para humilhar”.
A mais recente denúncia contra Temer foi formulada pelo Ministério Público Federal do Rio de Janeiro que, na sexta-feira (29), acusou o ex-presidente e o ex-ministro Moreira Franco (que também saiu da cadeia por decisão do desembargador Athié) de desviarem recursos da Eletronuclear.
As investigações foram realizadas pela força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro e dizem respeito às obras da usina nuclear de Angra 3 – que também motivaram a prisão de Temer e Moreira Franco na semana passada.
O fato é que Temer, o presidente mais impopular da história recente do país, está enroladíssimo na Justiça. O cerco a ele está se fechando. Talvez nunca mais possa dormir tranquilo. Aquela situação em que um simples toque de campainha vira um “pesadelo”.
Foto: Lula Marques/Agência PT