Simplesmente Vinho

Domaine de la Romanée-Conti

25/08/2018
Domaine de la Romanée-Conti | Jornal da Orla

Enoleitores, 
Falar da Borgonha sem falar do Domaine de la Romanée-Conti – afetivamente denominado DRC – é realmente uma falta , por ser a propriedade mais famosa da região , um terroir mítico , aonde cultiva-se o considerado melhor vinho do mundo! 

O DRC pertence às famílias Villaine e Leroy, composta de 7 vinhedos , todos Grand Cru , e considerados maravilhosos durante séculos ( desde 1869 nesta família), entre os vinhedos um é dedicado ao vinho branco o Le Montrachet e os outros aos tintos, são eles : Romanée-Conti, La Tâche, Richebourg, Romanée-St.-Vivant, Échézeaux e Grands Échézaux. Como o rendimento destes vinhedos é mantido propositalmente baixo, a produção se torna pequena e os preços elevadíssimos , são os vinhos mais caros da Borgonha.

Apaixonados pelos vinhos desta região , adentrarmos pelas estradinhas de terra para visitar os terroirs, passear pelas vinhas, tirar fotos na famosa cruz e placa indicativas da propriedade, enfim essas simples cenas compuseram parte do nosso roteiro pela segunda vez ! Desta, a novidade foi apreciar o modo como um viticultor ia e vinha diversas vezes arando a terra com um belo cavalo, esses cuidados com certeza melhoram o produto final.

E…, recordando o tema lembrei de uma degustação que participamos em São Paulo no ano de 2007 , a convite da importadora Expand, no extinto restaurante La Brasserie, do chefe Erick Jackin , quando tivemos a oportunidade de degustar esses néctares e aprender sobre o processo de elaboração destes vinhos espetaculares , desde os vinhedos até a garrafa.

Foram servidos quatro vinhos da mesma safra , aqui não cabe análise completa , mesmo tendo isso registrado , e sim comentar o que tenho escrito e me marcou em cada um deles:

– Échézeaux 2004 – era um vinho que se mostrava evoluído e mais etéreo de aromas , embora expressasse uma complexidade desde frutas vermelhas como framboesa, bosque, terra, café, charuto, tudo com elegante sutileza, no paladar destaco a elegância e longevidade.

– Romanée-Saint Vivant 2004 – de todos esse foi o que mais me surpreendeu por sua irresistível delicadeza e elegância , atrevo a referir-me a ele como um vinho feminino, sem saber o motivo este é o mais presente em minha memória.

– Richebourg 2004 – era o que aparentava ser o mais vivo, com coloração mais granada e brilhante, complexo no olfato, no gustativo descia macio e elegante ao mesmo tempo que revelava boa estrutura.

– La Tâche 2004 – na coloração revelava evolução, nos aromas etéreos transmitia complexidade e no pálato expressava elegância e vigor, através de taninos firmes porém macios.

– Vinhos com personalidade marcante e diversidade que transmitem a clara noção do que significa o termo terroir! Estes com certeza, são aqueles que passam a fazer parte de nossa memória afetiva, compondo um capítulo especial dentre as vivências incríveis que aconteceram e reforçaram a paixão ao universo do vinho! 

Enoabraços e uma ótima semana a todos!