Simplesmente Vinho

Espumantes e Champanhes Rosé

03/02/2018

Enoleitores,

Nestas últimas semanas estivemos nos referindo aos vinhos roses tranquilos e gostaria de finalizar a série com os espumantes e champanhes.

Vamos primeiro entender melhor essa diferença , pois para se chamar champanhe o vinho espumante tem que pertencer a região de mesmo nome e ser elaborado dentro das normas obrigatórias locais , ou seja, pelo método “champenoise” , conhecido como “clássico” ou “tradicional “. E isto significa , que se você ler esses nomes acima num rótulo, este foi elaborado como o verdadeiro champanhe.

Os espumantes em geral, que a cada ano estão melhores , costumam ser vinificados pelo método “charmat”, muito mais rápido e fácil, ajudando a diminuir o custo final do produto. Neste estilo a vinificação costuma- se dar em grandes tanques de inox,em contato com as cascas de uva tinta , geralmente a pinot noir e hermeticamente fechados, contendo assim todo o gás produzido na fermentação do espumante, resultando numa espuma de boa qualidade para os espumantes leves e frutados e para serem bebidos jovens , aqui incluo muitos dos espumantes nacionais , entre eles o Chandon brasileiro e o argentino, espumantes diversos chilenos, sul africanos, americanos, etc e o mais famoso deles, o prosecco italiano .

Os vinhos frisantes como o famoso Lambrusco, não se incluem neste método, a sua vinificação é diferente , pois o gás não é natural, mas injetado.

Agora todos os champanhes e os espumantes vinificados pelo método tradicional ou clássico, incluindo- se as cavas espanholas , a franciacorta italiana e até mesmo alguns nacionais como o Miolo Brut, a Cave Geisse brut, Casa Valduga Brut , entre outros , são elaborados pelo mesmo sistema que os champanhes , tornando-os mais sofisticados e complexos com uma boa estrutura na boca e longevidade . Neste tipo de vinificação as uvas são utilizadas sem as cascas e pode- se adicionar um pouco de vinho tinto no final , desde que seja pinot noir .Este método de vinificação é artesanal, longo e trabalhoso e a vinificação ocorre na própria garrafa . Entre as muitas destaco, a champanhe Krug brut rose , a Billecart – Salmon Brut rose , a Moet Chandon Brut rose , Taittinger Brut rosé, que com certeza nos proporcionam muito prazer e sempre presentes em momentos de celebração .

Podemos servir tanto os espumantes Brut ( seco) do método charmat , como os clássicos, porém precisamos saber a diferença de estrutura e sabor , os primeiros por serem mais leves e frutados vão muito bem para brindar sem comidas , e para serem bebidos de dia no verão, na piscina, na praia ou ainda , acompanhando uma refeição leve , pizza , crepes …

Os tradicionais acompanham bem os coquetéis assim como muitos pratos mais elaborados , no curso de sommelier aprendemos a combinar com a feijoada , pois sua acidez harmoniza com a gordura do prato facilitando a digestão , confesso que já testei e realmente me senti leve , não parecia ter comido feijoada, faça o teste ,mesmo ficando estranho para o brasileiro, acostumado a caipirinha .

Já os meio doces chamados demi-sec ou doux, são servidas para combinar com sobremesas, doces e o famoso bolo com champanhe , às vezes servimos para acompanhar alguma entrada que precise do frescor do espumante aliada a doçura do alimento.

Usem e abusem da versatilidade dos espumantes e champanhes rosés para se refrescar no verão , e assim cada um vai descobrindo com o que lhe traz maior prazer !
Enoabraços e uma ótima semana a todos