Enoleitores,
Passeando por Portugal, não se pode deixar de passar pelo Douro, uma das regiões vinícolas mais lindas do mundo, com suas encostas totalmente plantadas em degraus, onde o conjunto de videiras formam uma cena de indescritível beleza — não à toa, considerado pela Unesco como Patrimônio da Humanidade.
Durante nossa estada, pudemos beber alguns vinhos que não bebíamos há muitos anos, e que com certeza continuam com o padrão de qualidade de sempre. Estou me referindo aos da Quinta das Tecedeiras, que saboreamos quando estivemos pela primeira vez na região, em 2008. Navegamos num barco pelo rio Douro, paramos no ancoradouro da Quinta e subimos os degraus plantados pelas videiras das diversas castas locais. Chegarmos ao topo, conhecemos o processo de vinificação e participamos de degustação de seus principais vinhos, inclusive o velho e bom Porto.
A vinícola está localizada no coração do Douro Vinhateiro, mais precisamente entre o Cima Corgo e o Douro Superior, à margem esquerda do majestoso rio. São vinhas plantadas em solos de xistos, socalcos (degraus) com altitudes entre 90 e 190 metros. Propiciam as castas touriga nacional, touriga franca, tinta roriz, tinta amarela, tinta barroca e tinto cão, plantadas na propriedade, produzindo vinhos com uma qualidade aromática e gustativa indiscutível.
Desta vez não provamos todos, mas retornando ao restaurante A Casa do Almocreve, no Baião, que mantínhamos ainda na memória o gosto e desejávamos saborear novamente o tradicional arroz de favas com o frango alourado e a bochecha de porco. Pudemos beber estes vinhos acompanhados do amigo e sócio proprietário da Quinta, o inglês Tonny Smith, harmonizando-os às entradas o Flor das Tecedeiras 2014: um vinho de cor rubi violáceo e leve transparência; aromas de frutas negras, especiarias, chocolate; na boca, seco, acidez equilibrada, taninos finos e macios, elegante e longo, deixando na boca o sabor da fruta madura.
Para acompanhar aos pratos principais, bebemos o Quinta das Tecedeiras 2015, um vinho excelente. Na coloração, vermelho rubi granada, brilhante, leve transparência; apresentava halo aquoso, exalava frutos negros, toque floral, especiarias, chocolate e baunilha; no gustativo, apresentou-se seco, acidez correta, taninos finos e elegantes, equilibrado, boa persistência, deixando um final de boca de alcaçuz.
Para finalizar, não bebemos naquele dia, mas vale a pena conhecer o seu porto Port Tawny Reserve, um bom vinho de sobremesa. De cor âmbar escuro, olfativo exalando aromas de caramelo, frutas secas como amêndoas e mel; na boca, doce, fresco, elegante, untuoso e longevo.
Bons momentos e boas amizades são os motivos que alimentam a nossa memória e corações!
Enoabraços e uma ótima semana a todos!