Na ponta do continente americano, instalado em um território alongado e espremido entre o Oceano Pacífico e a Cordilheira dos Andes, o Chile é um país que surpreende e encanta. Com uma geografia de extremos, tem ao Norte o deserto do Atacama, o mais árido e mais alto do mundo; no Centro, a moderna capital Santiago e seus arredores repletos de vinícolas, estações de esqui e cidades litorâneas como Vinã del Mar e Valparaíso; ao Sul, a gelada e bela Região dos Lagos, com pequenas cidades de colonização alemã, vulcões com topos nevados que se impõem sobre lagos formados pelo derretimento de glaciares.
E é no Sul do Chile que fica o arquipélago de Chiloé, que vem encantando os olhos daqueles que acompanham a nova novela das 11h da noite na Globo, “Os dias eram assim”. O nome Chiloé deriva de Chille-Hué, ou “lugar das gaivotas”. Junto ao circuito de igrejas históricas e às palafitas, símbolo do estilo de vida à beira-mar dos nativos, as aves são das principais atrações do arquipélago, especialmente os pinguins.
A beleza em estado bruto
Visitar Chiloé é das experiências mais autênticas que se pode ter no Chile. Lá, as extravagâncias ficam só por conta da natureza. O arquipélago é composto por cerca de 30 ilhas que ficam ao norte da Patagônia e a sul da Região dos Lagos. A ilha principal é a Ilha Grande de Chiloé, onde estão as maiores comunas: Castro (onde fica o aeroporto) e Ancud. Os nativos são chamados de chilotes e tiram seu sustento do mar e da montanha: no Pacífico, eles pescam, coletam mariscos e algas, criam salmão. Nas montanhas, plantam diversas variedades de batatas, extraem madeira e criam animais.
Igrejas Patrimônio da Humanidade – Das 70 igrejas espalhadas pelas ilhas, 16 são reconhecidas pela Unesco como Patrimônio Mundial da Humanidade. Construídas durante as missões jesuíticas e franciscanas no arquipélago, todas em madeira, elas têm um desenho bastante particular; parecem casinhas com uma torre bem ao centro, e misturam características europeias e indígenas nativas. A mais antiga é a Igreja de Santa María de Loreto de Achao, na Ilha de Quinchao, de 1730.
As igrejas de Chiloé e as casas típicas, enfeitadas por tejuelas de alerce, foram feitas a partir do que os carpinteiros aprenderam na construção de barcos. O violento terremoto de 1960 destruiu muitas palafitas e dois grupos delas ainda resistem na comuna de Castro: os Palafitos Gamboa e os Palafitos Pedro Montt. Além deles, também são vistas outras casas do gênero pelas ilhas, porém isoladamente.
Baía de pinguins – Na Baía de Puñihuil os pinguins têm uma espécie de destino de férias na primavera e no verão. Os pinguins de Magalhães chegam da Patagônia, enquanto os pinguins de Humboldt vêm da costa do Peru e do Chile. As aves convivem em ilhotas próximas à praia e podem ser observadas pelos turistas em passeios de lanchas.
O zarapito de bico reto é outra ave migratória que aparece por Chiloé, depois de uma viagem de 14 mil km desde o Canadá e o Alasca para chegar até lá! Entre as áreas mais importantes para a observação de aves estão as baías de Caulín, na comuna de Ancud, e Pullao, na península de Rilán, parte da comuna de Castro.
Melhor época para conhecer – A melhor época para visitar Chiloé é no verão, quando também acontecem os festivales costumbristas, celebrações ao ar livre com danças, comidas e artesanato típico chilote. De maio a agosto não é recomendável, devido às fortes chuvas.