Enoleitores,
Há algumas semanas, ocorreu um fato curioso que resolvi comentar aqui com vocês. Reunimos três casais na mesma mesa, sem nada combinado previamente. Um dos presentes, representante de vinho, trouxe uma novidade para o nosso mercado, o vinho toscano La Valletta 2009, do locutor esportivo Galvão Bueno, e queria que experimentássemos. Como só havia uma garrafa, resolvemos abrir outros da mesma uva (sangiovese) e região (Toscana), porém cada uma de terroirs diferentes.
Abrimos o Vino Nobile di Montepulciano – Gattavecchi 2011, elaborado nas colinas próxima à cidade de Montepulciano. De cor rubi, brilhante; no nariz, apresenta um caráter bastante frutado (mais precisamente frutas negras, como black berry e ameixas), toque mentolado; na boca, seco, corpo médio, acidez correta, taninos equilibrados e longo, deixando um sabor de compota de frutas.
Em seguida, passamos ao Chianti Clássico 2010 Villadoro, da região de Castellina in Chianti. Um vinho de cor vermelho rubi, halo rosado; aromas de frutas vermelhas (cerejas, morango e ameixa vermelha), toque de especiarias; na boca, seco, acidez equilibrada, taninos macios, sentindo-se a fruta madura.
O terceiro vinho, já aberto mas analisado após os outros, foi o La Valletta 2009, assinado pelo enólogo italiano Roberto Cipresse. Originário da região de Lorenzana, próxima a Pisa, foi uma boa surpresa. Este sangiovese da vinícola de Galvão Bueno apresentava uma coloração rubi; exalava frutas vermelhas, especiarias, baunilha; no paladar, seco, acidez correta, taninos finos, elegante, deixando um sabor de calda de ameixas.
Entre todos, o melhor foi o terceiro. Porém, nosso objetivo não era esse, mas sim perceber como três vinhos da mesma uva e região adquirem personalidade tão diferentes. Se tivéssemos provado outros, com certeza iríamos comprovar que cada vinho é único e traz em sua degustação uma paladar singular.
Enoabraços é uma ótima semana a todos!