Simplesmente Vinho

Vinhos Australianos para conhecer, degustar e curtir

24/09/2016
Enoleitores,
Hoje vamos curtir um pouco dos vinhos da Austrália, um país considerado do Novo Mundo, em termos de vitivinicultura, mas que, graças a seu profissionalismo, hoje é um importante foco de tecnologia e aperfeiçoamento – levando, inclusive, países mais tradicionais a respeitarem seu trabalho, revendo certos conceitos.
 
Austrália é sinônimo de inovação! Foram os australianos que iniciaram a fermentação do mosto em baixas temperaturas, amadurecimento em carvalho francês e americano, assim como a elaboração de vinhos com ênfase na fruta, isto é, valorizando o sabor frutado sem tentar mascarar com excesso de madeira.
 
Levada do Rhöne (França), a uva shiraz se adaptou muito bem em terras australianas, tornando-se a uva emblemática do país. Lá, esta uva apresenta-se num vermelho intenso, exala odores de compota de ameixa ou cerejas, uma especiaria tipo pimenta do reino, chocolate  devido à madeira. Na boca, costumam ser elegantes, sedosos e frutados, deixando na boca um sabor de fruta madura.
 
Por falar em uva shiraz, tenho que citar a vinícola Penfolds. Fundada em 1844, é reverenciada como a maior produtora australiana e tem prestígio em todo o planeta. São seus tintos e os ótimos brancos que elevaram a Austrália no mapa dos melhores vinhos do mundo. O mais consagrado é o lendário Grange, eleito em 1995 pela revista “Wine Spectator” como o “melhor vinho do mundo”. Recentemente, foi designado como Patrimônio Nacional na Austrália, o único a merecer esta distinção, que é reservada a “ícones de espetacular significação histórica, cultural ou espiritual”, segundo informa a  importadora Mistral.
 
O país elabora também ótimos vinhos de outras uvas, como a cabernet sauvignon, que desenvolve nestes terroirs aromas interessantes, como frutas negras, mentolado e compota de frutas bem maduras, enriquecendo e dando personalidade ao sabor destes vinhos. 
 
Em áreas mais frias, como Yarra Valley, se originam ótimos pinot noir, bem frutados, no quais se percebem cereja e framboesa, toque mineral, às vezes floral ou herbáceo e baunilha. 
 
Recentemente, os australianos têm investido no cultivo das uvas francesas grenache e mourvèdre, com ótimos resultados. 
 
Dentre as brancas a que mais se destaca, cultivada em várias regiões, é a chardonnay, com as quais são produzidos vinhos bem frutados, com aromas de abacaxi, pêssego e manga, e, na boca, elegantes e untuosos. A sauvignon blanc também é cultivada no McLaren Valley e em Adelaide Hills, propiciando ótimos vinhos frutados, toque floral, alguns minerais. Na boca, muito frescos e boa longevidade. 
Na região de Clare Valley, encontram-se também rieslings (cítricos, minerais e com boa acidez) e sémillon (com toques de mel).
 
Agora que já pincelamos um pouquinho deste país, que, além de tanta beleza e peculariedade, também elabora ótimos vinhos, vou passar alguns que muito me agradam. O destaque vai para o Mitolo G.A.M. shiraz 2009, um vinho de cor de ameixa madura; aromas de frutas negras, toque floral, herbáceo, couro e baunilha; na boca, seco, acidez equilibrada, taninos finos e boa persistência, deixando um sabor de compota de ameixa. 
 
Provei também (estes mais para o dia a dia, porém honestos) o Mitolo Jester 2011 shiraz, que é da mesma vinícola, porém de uma linha mais simples. Vinho muito bom: na cor, vermelho rubi-violáceo; exalava frutas negras, especiarias, leve herbáceo e toque floral; no paladar, seco, equilibrado, bons taninos, boa pesistência.
 
Outra boa dica é o cabernet sauvignon Mitolo Jester 2010: de coloração vermelho rubi e halo granada; aromas de frutas vermelhas, pimentão, especiarias e chocolate; no palato, acidez correta, taninos finos, equilibrado e boa persistência.
 
Se ainda não teve a oportunidade de provar um bom australiano, fica a dica, pois você realmente vai se surpreender positivamente. Se já conhece estes vinhos, vale ir atrás para descobrir alguns produtores, que têm trazido ótima opções.
 
Enoabraços e uma ótima semana a todos!